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Diante de petistas, Malan rechaça "herança maldita" de sua gestão na Fazenda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto a maioria dos
participantes oscilava entre
gracejos e homenagens, o ex-ministro Pedro Malan (governo FHC) aproveitou a comemoração dos 200 do Ministério da Fazenda para alimentar
a disputa com petistas em torno dos méritos pelos bons resultados da economia e rechaçar o rótulo de "herança maldita" aplicado a sua gestão.
Mais longevo ocupante do
cargo desde 1945, Malan não
compareceu ao evento, para o
qual foram convidados todos
os ex-ministros. Enviou, porém, depoimento em vídeo
dedicado a relatar os obstáculos enfrentados e as conquistas obtidas nos oito anos do
governo Fernando Henrique
Cardoso -outro ex-ministro
que preferiu participar via
gravação.
"Essa herança nada tem de
maldita, pelo contrário, é benigna", disse Malan, após listar o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a renegociação das dívidas dos Estados, as quebras dos monopólios estatais, o câmbio flutuante e outras medidas combatidas pelo PT nos tempos de
oposição e encampadas pelo
presidente Lula.
A resposta -ou, ao menos,
outro pedido de co-autoria do
atual crescimento econômico- veio, também em vídeo,
do ex-ministro Antonio Palocci Filho, em relato sobre o
ajuste e as reformas promovidas no primeiro mandato de
Lula, que permitiram, recordou, encerrar a dependência
"que se arrastava havia sete
anos" em relação ao FMI.
Anfitrião da festa e dono
das melhores estatísticas a serem exibidas, o atual ministro
da Fazenda, Guido Mantega,
evitou polemizar. Dividiu
com os antecessores o "sucesso dos dias de hoje" e, no que
mais se pareceu com uma alfinetada, mencionou a velha
comparação entre crescimento brasileiro e "vôo de galinha" -muito ouvida por Malan e Palocci.
Zélia
Rejeitada pelo população
depois de ter decretado o confisco da poupança, a base do
Plano Collor, Zélia Cardoso de
Mello, ministra no governo
Collor, defendeu a medida 18
anos depois ao ser questionada se faria tudo novamente.
"Naquela momento, havia o
diagnóstico de que era o necessário a ser feito e esse diagnóstico era compartilhado pelos economistas mais respeitados do Brasil e foi feito".
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