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Concessão do trem-bala entre SP e Rio será em março
Governo quer operação para a Copa do Mundo de 2014
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O leilão de concessão do primeiro trem de alta velocidade
do Brasil, ligando Rio de Janeiro a São Paulo, além do aeroporto de Viracopos, em Campinas, ocorrerá em março de
2009, daqui a sete meses. A
pressa é dada pelo governo federal, que trabalha com a perspectiva de ter o trem-bala em
operação na Copa do Mundo de
2014. A informação é de Henrique Amarante da Costa Pinto,
superintendente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O BNDES e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) estruturam o projeto
para entregá-lo ao governo
pronto para a concessão. A
ANTT (Agência Nacional dos
Transportes Terrestres), que
será responsável pelo processo
de concessão, deve divulgar nos
próximos dias informações para os grupos interessados em
disputar o leilão.
O projeto tem apenas custo
estimado de R$ 20 bilhões, mas
esse não é ainda o valor definitivo. Segundo Costa Pinto, a definição final do traçado dos cerca de 500 quilômetros de linha
será fundamental para estimar
o custo da obra. "A linha representa entre 70% e 80% do valor
final do empreendimento."
A previsão é que o traçado final seja definido nas próximas
semanas. O grupo trabalha neste momento em imagens de satélites para desenhar o trajeto e
indicar o número de túneis e
pontes que serão necessários.
A tecnologia de imagens orbitais de alta resolução deve
propiciar redução importante
do custo final da obra. "São tecnologias que não estavam disponíveis há alguns anos, quando o projeto do qual partimos
foi feito", disse Costa Pinto.
Todo o estudo do trem-bala
não partiu da "estaca zero", disse. Um trabalho desenvolvido
pelo Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes) em parceira com o governo alemão foi concluído em
2001. Esse mesmo projeto serviu de base para esses novos estudos. "Usamos o projeto básico anterior, mas agora utilizamos ferramentas que não estavam disponíveis naquela época.
Essas tecnologias de projeto e
de novas linhas e material rodante podem resultar numa redução de custos no final", afirmou Costa Pinto.
Velocidade
Em outubro, o grupo pretende definir um parâmetro fundamental do projeto: o tempo
de viagem entre Rio de Janeiro,
São Paulo e Campinas. De acordo com Costa Pinto, a partir do
tempo de viagem é que será definida a velocidade do trem.
Em princípio, a idéia é estipular o tempo entre uma hora e
meia e duas horas para a viagem entre São Paulo e Rio de
Janeiro. A viagem entre São
Paulo e Campinas pode ficar
em 30 minutos. A indicação é a
de que a velocidade média das
composições seja de pelo menos 200 km/h.
A taxa de retorno para o concessionário é outro ponto em
fase de definição. Isso dependerá da avaliação de risco do
empreendimento e do nível de
demanda pelo serviço. Um estudo para identificar os potenciais passageiros está sendo
elaborado neste momento.
Dada a rapidez com que o governo federal quer leiloar a
obra, o projeto básico em desenvolvimento não terá ainda a
licença prévia do Ibama. Mas,
mesmo assim, Costa Pinto diz
não acreditar em problemas
para o licenciamento da obra.
O Ministério de Meio Ambiente e o Ibama participam
das discussões do empreendimento. Tanto o BNDES quanto
o BID devem apresentar o projeto básico com o termo de referência e a documentação necessária para o processo de licenciamento.
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