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Desinformação impede que 12 mil
usuários paguem menos por energia
DA SUCURSAL DO RIO
Cerca de 12 mil empresas e edifícios comerciais de São Paulo poderiam pagar menos pela energia
elétrica. É o que afirma a Funpec
(Fundação de Pesquisas Científicas), de Ribeirão Preto, que presta
consultoria nesta área a cerca de
cem edifícios da capital.
Segundo o diretor da fundação,
Hermes Mendes, grandes consumidores são atendidos com energia em baixa tensão, quando poderiam receber de média tensão
-de tarifa menor. Eles não aproveitam o benefício, na avaliação
dele, por desinformação.
O executivo diz que a resolução
456 da Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica) obriga as concessionárias a orientar o consumidor quanto à melhor tarifa.
""Esse item da resolução não é
cumprido pelas concessionárias
em geral. Se o cliente perguntar,
elas informam, mas não tomam a
iniciativa, por não ser do interesse
delas", afirmou. A Eletropaulo
nega a acusação.
Segundo o diretor, 12 mil usuários -condomínios comerciais,
hotéis e outras empresas- pagam mais do que deveriam por
não estarem enquadrados como
grandes consumidores (grupo A)
na Eletropaulo. Com pequenos
investimentos poderiam reduzir a
conta em, no mínimo, 20%.
A fundação nasceu há 21 anos,
na Faculdade de Medicina da
USP, em Ribeirão Preto, voltada
para pesquisas de biogenética. Há
cinco anos, com a privatização
dos serviços públicos, a entidade
também vislumbrou um novo
campo de trabalho e voltou-se para o que chama de ""área de entendimentos sociais". Seu foco atual
é a consultoria para redução de
gastos com energia elétrica.
Outras empresas disputam o
mesmo filão, como a Vita Lux. Os
consultores instalam os equipamentos e são remunerados com
uma parcela da economia obtida
pelo cliente que, no caso da Funpec, é de 50% durante 12 meses.
Entre os condomínios atendidos pela Funpec está o Edifício
Martinelli, no centro da cidade.
Segundo o administrador do prédio, Walter Camargo, a conta de
energia do condomínio (referente
às áreas comuns do prédio) era de
R$ 20 mil por mês no final de 2003
e baixou 25% com o reenquadramento tarifário na Eletropaulo e
outras medidas de racionalização.
No Condomínio Edifício Pedra
Grande (zona oeste), a economia
na utilização do ar-condicionado
chegou a mais de R$ 6.000 por
mês -a conta de energia anterior
passava de R$ 30 mil por mês.
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