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EFEITO WALDOMIRO
Indicadores mostram que país pagou preço alto pela crise política e por dúvidas quanto ao ritmo de retomada
Brasil segue na contramão de emergentes
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Diversos indicadores do mercado financeiro do Brasil mostram
que o país pagou, nos últimos
dois meses, um preço alto pela
combinação entre crise política e
dúvidas quanto ao ritmo de retomada da economia.
Embora tenha ensaiado uma recuperação nas últimas duas semanas, o mercado brasileiro continua bem atrás dos de outros
emergentes. Além disso, especialistas ainda têm dúvidas sobre como será o desempenho dos ativos
brasileiros daqui para a frente.
Na contramão dos demais países emergentes, o risco-país brasileiro, até a última terça-feira,
apresentava uma alta acumulada
de 13,8% em 2004. No mesmo período, o Embi+, índice que mede
o risco-país dos mercados emergentes calculado pelo JP Morgan,
exibia queda de 1%.
Já a Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa) encerrou o mês
de março com queda de 1,4% em
dólares no ano. Entre 25 Bolsas de
mercados emergentes, a Bovespa
figurava numa lista de apenas
quatro que acumulavam desvalorizações em 2004.
Na última quarta-feira, o mercado acionário brasileiro estava
com um desempenho melhor
-alta de cerca de 1% em dólar no
ano-, mas insuficiente para tirar
o país da lista das dez Bolsas com
pior desempenho no mundo.
Ainda que tenha subido mais de
100% em dólares no ano passado
-e, por isso, parte da queda possa ser atribuída a uma realização
de lucros-, a Bolsa também sofre os efeitos da crise política e da
lenta retomada econômica.
Um sinal disso é o fato de que
outros mercados acionários
emergentes que tiveram desempenho similar ao da Bovespa em
2003, como o argentino e o venezuelano, mantiveram altas no primeiro trimestre de 2004.
"Há dúvidas sobre a perspectiva
de crescimento da economia brasileira", diz Gustavo Alcântara, do
Banco Prosper. "Para piorar, o cenário político ficou ruim, contribuindo para um apetite menor
pelo mercado acionário do país."
Outro indicador de que diminuiu o apetite de investidores estrangeiros em relação ao país no
início deste ano foi a forte retração no ritmo das captações externas de empresas brasileiras.
Entre meados de fevereiro e o
fim de março, apenas três novas
captações foram fechadas.
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