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MÃO NA RODA
Entidade chegou a ampliar financiamento rural em 32% em um ano
Cooperativas substituem bancos
DA REDAÇÃO
A demanda por financiamento no setor agrícola abriu caminho, nos anos 90, para a expansão das cooperativas de crédito.
A Sicredi (Sistema de Crédito
Cooperativo), fundada em 1992,
criou, três anos mais tarde, seu
braço financeiro, o Bansicredi, o
primeiro banco cooperativo
privado do país. Em 2003, as
operações de crédito rural da Sicredi, que reúne cooperativas de
seis Estados, somaram R$ 536,5
millhões (uma alta de 31,9%).
Apenas no Paraná, a Sicredi
responde por cerca de 15% do
financiamento da atual safra, segundo a Ocepar (Organização
das Cooperativas do Paraná).
O Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil)
atua em mais de 15 Estados.
Fundado em 97, também possui
um banco, o Bancoob, que emprestou R$ 540 milhões (24,1% a
mais sobre 2002). "A demanda
por crédito rural é muito maior
do que conseguimos oferecer",
diz Abel de Lima Filho, gerente
de operações de crédito.
A maioria dos recursos das
cooperativas passa pelas linhas
oficiais. Segundo a Sicredi, só o
Pronaf (programa para a agricultura familiar) respondeu por
R$ 138 milhões (25,7%) do volume emprestado em 2003.
Mas a ausência do governo e
de bancos não impede que a Carol (Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia), com
4.000 associados em São Paulo,
Minas Gerais e Goiás, financie
seus produtores. Ela diz não
acessar linhas oficiais, por via
direta, desde 95. "Já adiantamos
aos produtores R$ 150 milhões
na atual safra. Captamos até no
exterior", diz o presidente da
Carol, José Oswaldo Junqueira.
Produtor de soja e milho no
norte do Paraná, em Santa Cecília do Pavão, Sérgio Munhoz,
40, diz que deixou de usar recursos de bancos por causa das exigências burocráticas. Associado
da Cooperativa Integrada, Munhoz afirma que financia o custeio e a comercialização da safra
de duas formas. "Eu troco uma
quantidade de soja que colhi
por outra um pouco menor da
cooperativa, mas de melhor
qualidade, que uso como semente. E retiro herbicidas e outros insumos para pagar depois
com a venda de parte da safra."
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