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Modelo não dará certo, diz consultor
DA REPORTAGEM LOCAL
O atual modelo brasileiro de
competição em telefonia local não
dará certo, como também não
deu certo em nenhum país do
mundo. A previsão é de Virgilio
Freire, consultor-chefe da empresa Brisa, para quem esse tipo projeto sofre de um erro estrutural
grave.
"Todo o projeto se baseia na hipótese de que as operadoras instaladas nas cidades cederão suas
redes de cabos e centrais às novas
empresas que chegarem", diz
Freire. "O problema é que isso
não vai ocorrer. Não há como forçar uma operadora a ceder aquilo
que é essencial para seu negócio."
A única saída, segundo o consultor, é a Anatel separar das
grandes operadoras de telefonia
fixa (Telefônica, Telemar e Brasil
Telecom) seus sistemas de infra-estrutura. Seriam então criadas
empresas exclusivamente dedicadas a vender o uso dessas redes
para as atuais e as novas operadoras de telefonia.
"Essas empresas de infra-estrutura teriam todo o interesse de ter
a maior quantidade possível de
operadoras como clientes, a fim
de que usem seus cabos ao máximo", explica Freire.
O problema a ser enfrentado
para colocar essa idéia em prática,
no entanto, é justamente convencer a Telefônica, a Telemar e a
Brasil Telecom a venderem suas
infra-estruturas.
"Existiriam sérios obstáculos a
serem vencidos para criar esse
novo modelo. O valor de indenização a ser pago para aquelas operadoras é um deles."
Modelo Thatcher
Freire afirma que o atual modelo de competição criado pela Anatel se baseia no programa de privatização elaborado em 1979 pela
então primeira-ministra inglesa
Margareth Thatcher. A maioria
dos serviços da Inglaterra foram
privatizados, como os trilhos de
ferrovias.
"Agora esse modelo está sendo
revisto. Houve, por exemplo, problemas de falta de competição nas
ferrovias, que estão sendo estatizadas novamente."
(LV)
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