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Para indústria, demanda interna justifica mais recursos
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor industrial promete
manter o investimento nos
próximos meses. A indústria
avalia que a forte demanda interna justifica a alocação de recursos para a construção civil e
a compra de máquinas e equipamentos para melhorar a performance industrial.
A participação do investimento no PIB no 2º trimestre
foi de 18,7%, a maior fatia em
igual trimestre desde 1995. Na
ocasião, a participação da Formação Bruta de Capital Fixo no
Produto Interno Bruto foi de
19,8%. Para os integrantes do
Conselho Superior da Fiesp,
reunidos ontem em São Paulo,
o desempenho do PIB e do investimento deve ser mantido.
"Muito bom", reagiu Roger
Agnelli, presidente da Vale, ao
saber do resultado do segundo
trimestre. A Vale administra
um plano de investimento de
US$ 11 bilhões só para 2008.
"Crescimento impressionante", comentou Marcelo Odebrecht, presidente do Grupo
Odebrecht. De acordo com ele,
o investimento industrial "está
forte e vai continuar".
Jorge Gerdau, presidente do
Conselho de Administração da
Gerdau, não acredita que a instabilidade do mercado de capitais possa influenciar a disposição de investimento na economia real. "Há uma efeito psicológico apenas. Os investimentos continuam", disse.
O avanço dos investimentos
industriais é apontado como
fundamental para o afrouxamento da política monetária do
Banco Central. "Há três efeitos
importantes no surpreendente
ritmo de investimento. Há aumento do parque industrial, há
melhoria da produtividade e
há, sobretudo, uma expansão
do PIB potencial", diz Carlos
Frederico Rocha, pesquisador
do Grupo de Indústria e Competitividade da UFRJ.
Segundo ele, o BC tem apontado que o PIB potencial brasileira é de 3,5%. "Qualquer crescimento acima disso gera inflação. O que temos visto é que o
país tem crescido mais e a inflação está controlada. Isso significa que o PIB potencial cresceu", disse. Com isso, o Copom
já tem condições de reduzir a
carga de juros como mecanismo de controle da inflação.
"Os resultados significam
que há garantia por parte da
oferta [de bens] de que a demanda será atendida", afirma
Rogério Cesar Souza, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial). A manutenção do
investimento está garantida, de
acordo com ele, em razão do
ritmo da demanda das famílias,
que cresceu 6,7% no 2º trimestre deste ano em relação ao
mesmo período de 2007. "O
consumo das famílias continua
a ser o alimento para a decisão
de investimentos", explica.
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