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Empresas privadas puxam alta de 10% do PIB da construção civil no 2º tri
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Impulsionada pelos investimentos feitos no país pelo setor
privado, a indústria da construção civil cresceu 9,9% na comparação do segundo trimestre
com igual período de 2007.
Após o IBGE divulgar ontem o
resultado do crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto), o
setor pode rever para cima sua
projeção de expansão neste ano
-estimada em 10,2%.
O desempenho do segundo
trimestre deste ano é resultado
principalmente das decisões de
investimentos realizadas entre
6 e 18 meses atrás, avalia o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Estado de São Paulo).
"A expansão do crédito para a
habitação e os investimentos
executados pela indústria,
principalmente no segmento
petrolífero, e pelo comércio explicam o resultado tão positivo
do crescimento da construção
civil no segundo trimestre deste ano e no primeiro semestre
de 2008", afirma Eduardo Zaidan, diretor de economia do
SindusCon-SP.
Na comparação dos primeiros seis meses deste ano com
igual período de 2007, a expansão do setor foi de 9,4%. "O
PAC contribui em parte para
esse resultado, mas não foi o
responsável em sustentar esse
crescimento", diz. No ano passado, a construção civil cresceu
5%, segundo o IBGE. "Mas, como houve mudança na metodologia, nossa avaliação é que o
setor cresceu 7,9%."
As contratações também devem continuar em alta neste
ano, seguindo o ritmo da construção civil. De janeiro a julho
deste ano, foram contratados
no país 271.441 trabalhadores
com carteira assinada - alta de
103% no número de novas vagas em relação ao mesmo período de 2007, quando 133.757
pessoas foram admitidas.
Para 2009, o setor já espera
uma expansão menor. "As decisões de investimento devem levar em conta o impacto da inflação, com a pressão de custos
na produção, na matéria-prima, além de haver mais dificuldades para o crédito, uma vez
que os juros aumentaram. Esses fatores devem afetar o fôlego do setor", afirma Zaidan.
Para João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato
da habitação), o mercado imobiliário deve crescer entre 20%
e 25% neste ano. "As condições
de financiamento, com prazos
mais longos e juros mais acessíveis, favoreceram principalmente os imóveis para a classe
média, com valores de R$ 50
mil a R$ 200 mil. Esse é o grande mercado que tem sustentado o crescimento do setor", diz.
Crestana ressalta que os investimentos públicos ainda estão longe das cifras necessárias
para diminuir o déficit habitacional do país -8 milhões de
moradias. "Os recursos da poupança para a habitação devem
chegar a R$ 26 bilhões. Os do
FGTS, a R$ 10 bilhões. Mas os
investimentos públicos, necessários para atender as classes
menos favorecidas e mais necessitadas, devem chegar no
máximo a R$ 3 bilhões."
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