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Lehman Brothers tem maior perda em 158 anos
DA REDAÇÃO
O Lehman Brothers, o quarto
maior banco de investimento
dos EUA, teve um prejuízo de
US$ 3,9 bilhões no seu terceiro
trimestre fiscal, a maior perda
nos 158 anos da história da instituição. O banco, que já tinha
perdido US$ 2,8 bilhões no trimestre anterior, anunciou ainda que pretende vender a maior
parte da sua divisão de investimentos, para tentar cobrir uma
parcela dos prejuízos.
O banco decidiu antecipar a
divulgação do seu balanço
(marcado inicialmente para a
semana que vem) depois que as
suas ações caíram mais de 40%
anteontem, após o fracasso das
negociações para vender uma
parte da instituição para o governo da Coréia do Sul.
"Esse é um momento extraordinário para a nossa indústria e um dos períodos mais
difíceis da história da instituição", afirmou, em comunicado,
o presidente-executivo do banco, Richard Fuld. "As iniciativas estratégicas anunciadas hoje [ontem] refletem a nossa determinação em reposicionar o
Lehman Brothers."
No entanto, para Bill Fitzpatrick, analista da Optique Capital Management, são "desesperadas" as medidas anunciadas
pelo banco, que incluem também a divisão do seu setor de
mercado imobiliário e a sua
venda do seu portfólio imobiliário no Reino Unido.
"Eles tentaram levantar capital com fundos soberanos e
isso não funcionou. Agora eles
estão vendendo divisões do negócio, o que destrói a força dos
lucros futuros."
Apesar do resultado ruim, as
ações do Lehman Brothers
chegaram a ficar positivas ontem, mas terminaram o pregão
em Nova York com queda de
6,93%. "Você está lidando com
uma questão de confiança",
disse Doug Roberts, estrategista da Channel Capital Research. "O que as pessoas estão
dizendo é que não houve uma
resolução para o problema."
Ainda assim, as Bolsas americanas conseguiram recuperar
uma parte das perdas expressivas do dia anterior. O índice
Dow Jones, o principal da Bolsa
de Nova York, subiu 0,34%. O
S&P 500 (mais amplo) se valorizou em 0,61%, depois de ter
tido anteontem a maior queda
desde fevereiro de 2007.
Desde que o Bear Stearns foi
adquirido pelo JPMorgan, no
fim de março em uma operação
de resgate montada pelo Fed (o
banco central norte-americano), o Lehman Brothers é constantemente apontado como a
próxima instituição a cair. O
banco de investimento foi um
dos mais afetados com as perdas do mercado "subprime" (de
hipotecas de alto risco), que começou a ruir no segundo semestre do ano passado.
Segundo levantamento da
Bloomberg, os maiores bancos
mundiais tiveram perdas de
crédito e baixas contábeis (revisão do valor de ativos) de US$
511 bilhões desde 2007.
Com agências internacionais
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