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"Era impossível prever crise Argentina"
DE WASHINGTON
Leia a continuação da entrevista
com Henrique Meirelles.
Folha - O sr. se relacionava bem
com Jay Sarles, que o substituiu na
divisão corporativa do banco?
Meirelles - Dava-me. Ele inclusive me mandou uma notinha [parabenizando-o pela nomeação ao
BC] supersimpática.
Folha - E com o atual presidente
do banco, Eugene McQuade, que
assumiu a área externa do banco
após sua saída e cortou a exposição
do FleetBoston na América Latina?
Meirelles - Sim, me dava bem.
Ele era o CFO [Chief Financial Officer" e, como tal, precisava constituir as reservas necessárias para
enfrentar as contingências. O
banco está muito bem no Brasil,
no México e no Chile. No Brasil,
foram feitas provisões muito menores do que os lucros do banco.
Como poderíamos ter antecipado a crise? Vender o banco era
complexo. Quando se percebeu
que havia um problema na Argentina, já era impossível vender
um grande banco como o FleetBoston. É o mesmo que a GM ou a
Vokswagen tentarem antecipar-se à crise achando que o Lula ganharia as eleições e faria um monte de bobagem -coisa que obviamente não ocorreu. É impossível.
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