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Economistas prevêem recuo de até 3% no PIB no primeiro trimestre
DA REUTERS
O PIB (Produto Interno Bruto)
brasileiro deve recuar no primeiro trimestre deste ano, afirmam
economistas brasileiros ouvidos
pela agência de notícias Reuters.
Mesmo assim, a expectativa para
o ano é de crescimento da economia.
Dos 20 entrevistados, 12 acham
que haverá recuo do PIB no período. As opiniões variam de queda
de 0,3% a 3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Segundo os economistas, os efeitos da crise argentina e do racionamento de energia ainda devem
ser sentidos no resultado da economia do início deste ano.
Outro problema apontado é a
pressão inflacionária, alimentada
principalmente pelos altos preços
do petróleo no mercado internacional. Segundo os entrevistados,
até mesmo a recuperação da economia, que no ano passado fechou com alta modesta de 1,5%, é
questionável, dados os aumentos
da inflação no país.
Para os economistas, a possibilidade de cortes na taxa de juros do
país está mais distante por causa
das recentes altas nos preços. Em
cada uma das reuniões do Banco
Central deste ano, a autoridade
monetária abaixou os juros em
0,25 ponto percentual. Atualmente, a taxa está em 18,5% ao ano.
Já a inflação medida pelo IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
subiu 0,8% em abril. Essa foi a
maior alta no índice desde outubro do ano passado.
A queda na atividade industrial
registrada nos últimos meses
também deve influenciar, na opinião dos especialistas, a velocidade de recuperação da economia.
Segundo o IBGE, a produção industrial caiu 0,8% no mês de março, a quarta retração mensal consecutiva.
Isso, na opinião deles, é uma demonstração de que a retomada do
crescimento brasileiro não deverá
ser tão intensa quanto estava sendo esperado.
Para esses economistas, o Brasil
deverá crescer entre 1% e 2,75%
neste ano. A média entre os 20 entrevistados é de crescimento de
2,2% no ano, praticamente igual à
média registrada no último levantamento da agência, de crescimento de 2,3%.
Eleições
Os economistas brasileiros se
mostraram preocupados com o
que pode acontecer neste ano, por
causa das eleições presidenciais.
Segundo eles, é normal que o
mercado adote um posicionamento mais cauteloso em épocas
como essa.
O mercado teme que, após as
eleições, os títulos da dívida brasileira possam cair no mercado internacional, derrubando a cotação do real e elevando os custos
da dívida e as taxas de juros no país.
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