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Mercado de ações trava expansão
DA REPORTAGEM LOCAL
A inexistência de um mercado
de ações desenvolvido, que permita às empresas financiarem
seus crescimentos, é o principal
problema do Brasil para se transformar efetivamente num pólo
mundial de tecnologia.
A avaliação é de Bart Heisey, diretor-geral para a América Latina
da indústria norte-americana de
chips Intel, que esteve no Brasil na
semana passada e concedeu entrevista exclusiva à Folha. "As
empresas precisam se tornar
companhias abertas para conseguir recursos", afirma Heisey.
Ainda assim, a Intel -maior indústria de chips do planeta- tem
interesses em produzir no Brasil.
O executivo descarta, no entanto,
a possibilidade da construção de
uma fábrica de chips Intel por
aqui.
Isso porque o mercado mundial
de chips está com excesso de capacidade. "Há, no entanto, possibilidades concretas de construirmos uma unidade brasileira para
o desenvolvimento de softwares
ou de componentes para sistemas
de telecomunicação sem fios."
Segundo Heisey, o empreendimento se justifica porque a América Latina é a região do mundo com maior potencial de crescimento tecnológico.
Exportações
As indústrias que estão implantando unidades de tecnologia
avançada no país estão de olho
também nas exportações para garantir seus negócios.
A Samsung, por exemplo, planeja iniciar as vendas externas de
discos rígidos para a América Latina no final do ano. Ao mesmo
tempo, trabalha para atender todo o mercado de computadores
fabricados no Brasil.
Até o final do ano, a meta é responder por de 25% a 30% do 1,2
milhão de computadores fabricados no país. "Queremos reduzir o
mercado de computadores contrabandeados e aqueles importados legalmente com nossos discos
rígidos nacionais", afirma Wladimir Benegas, diretor da Samsung.
Atualmente, cerca de 3,1 milhões de computadores comercializados por ano no país não são
produzidos aqui. Para mudar a situação, a companhia pretende
convencer os fabricantes a adquirir seu produto graças à garantia
de dois anos, além de um preço
menor. Um disco rígido da Samsung custa R$ 85, contra os cerca
de R$ 185 cobrados por um produto importado legalmente.
(MARCELO BILLI E LÁSZLÓ VARGA)
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