São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Empresas familiares vivem mais, diz consultor

Empresas familiares, geralmente, têm vida mais longa que as outras companhias. Essa é a tese de John Davis, professor de Harvard e consultor em gestão familiar, que participou de seminário sobre o tema ontem na ESPM em São Paulo. Ele já trabalhou, no Brasil, com os grupos Pão de Açúcar, Gerdau e Votorantim.
O professor diz que os desafios das empresas familiares são a inovação constante, a discussão objetiva dos problemas do dia-a-dia e o incentivo à formação profissional e cultural tanto para moldar talentos na família quanto para cultivar a lealdade dos funcionários.
Davis diz que as grandes empresas familiares brasileiras têm padrões sofisticados de qualidade e de inserção internacional. Entretanto, não só no Brasil como em outros países, pequenas e médias empresas não pensam suficientemente no futuro, diz o especialista.
Para o consultor, as empresas familiares têm ciclos de vida até atingir a maturidade e, às vezes, o declínio na sua atividade tradicional. Segundo John Davis, é possível continuar rentável em um ramo com demanda em queda -por exemplo, ao atingir a excelência no mercado ou ao conhecer exatamente como um setor funciona.
Mas, quando a demanda cai, a melhor alternativa é diversificar as atividades, afirma o professor. Apesar da dificuldade em convencer as gerações anteriores sobre a necessidade de diversificação, o especialista diz que as empresas costumam resolver essas questões.
"As empresas familiares são vistas como lugar de problemas como nepotismo e dificuldade de inovar e de agilizar decisões. De modo geral, são idéias incorretas. Empresas familiares tendem a ser muito boas nesses pontos. Os sentimentos de amor e de apoio podem tornar mais fáceis esses trabalhos."
Davis cita também os desafios de entender as leis para cumprir as regulamentações necessárias e de convencer os filhos a perpetuarem a empresa. Segundo ele, no Brasil a burocracia é superior à de outros países e, nas famílias que prosperaram, é mais difícil persuadir novas gerações a se engajarem no trabalho e a mudarem a atitude de só colher os frutos do sucesso da geração anterior.

NEGÓCIO BILIONÁRIO
A brasileira Lily Safra, viúva de Edmond Safra, vendeu uma propriedade de 80 mil metros quadrados na Côte D'Azur, na França, por 500 milhões (R$ 1,2 bilhão) -segundo a BBC, é o valor mais alto já pago em uma transação imobiliária; o comprador da casa Léopolda de Villefranche-sur-mer foi um bilionário russo; ele levou a ex-residência do rei Leopold 2º, da Bélgica, e um jardim com laranjeiras e 1.200 oliveiras que recebe cuidados de 50 jardineiros.

MADEIRA
Paulo Skaf (Fiesp) e Carlos Minc (Meio Ambiente) assinam amanhã um protocolo de intenções para que as indústrias usem produtos ecologicamente corretos de madeira amazônica. A Fiesp será responsável em articular os setores envolvidos na criação de normas técnicas e legais sobre o tema.

À MINEIRA
Mauro Terepins, presidente da auditoria Terco Grant Thornton, abre amanhã seu quarto escritório fora de São Paulo, em Belo Horizonte, com mais de 40 clientes na carteira. Além da expansão física, a empresa amplia seu faturamento, com crescimento de 50% no primeiro semestre.

DE MUDANÇA
O atual diretor de Comunicação Corporativa do banco Real, Fernando Egydio Martins, assumiu na semana passada o mesmo cargo no grupo Santander Brasil.

CLASSE A
A Klabin Segall faz uma parceria com a construtora São José no lançamento de um empreendimento no bairro Jardins, em São Paulo, focado no mercado de alto luxo. Baseado em prédios de Nova York, como o hotel Plaza, o projeto terá apartamentos de cerca de 900 m2 com até cinco suítes, voltado para um público AAA, de 35 a 50 anos.

DIPLOMACIA
O presidente Lula recebe na semana que vem a jornalista Samantha Power, que foi a principal assessora de Barack Obama durante as prévias do Partido Democrata para a eleição dos EUA. A jornalista é autora do livro "O Homem que Queria Salvar o Mundo", biografia do comissário da ONU Sérgio Vieira de Mello, assassinado em um atentado no Iraque em 2003.

com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e VERENA FORNETTI



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