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Descolada da cena externa, Bovespa sofre baixa de 3,3%
Enquanto recuo das commodities ajuda Bolsas no exterior, Bolsa paulista perde puxada por empresas ligadas a elas
No mês, Bovespa recua 8%, um dos piores desempenhos globais em agosto; brasileiro segue estrangeiro e também vende ações
DA REPORTAGEM LOCAL
Não adiantou o mercado
acionário internacional iniciar
a semana em terreno positivo: a
Bolsa de Valores de São Paulo
sofreu mais uma queda expressiva, ao fechar ontem com perdas de 3,29%. No ano, a desvalorização acumulada pela Bolsa
alcança os 14,35%.
Em seu menor patamar desde janeiro, ao encerrar as operações de ontem aos 54.720
pontos, a Bovespa tem sido prejudicada pelo enfraquecimento
das commodities lá fora e a saída substancial de capital externo do pregão local. Depois da
saída líquida de aproximadamente R$ 15 bilhões de recursos externos da Bovespa entre
junho e julho, este mês começou com um saldo negativo de
R$ 1,13 bilhão (até o dia 7).
Mais do que a Petrobras, ontem foram as siderúrgicas e mineradoras que se destacaram
com quedas fortes. No topo,
apareceu a ação preferencial da
Gerdau, com baixa de 5,05%.
Na seqüência, vieram Vale ON
(-4,39%), Usiminas PNA
(-4,06%) e Siderúrgica Nacional ON (-3,92%).
Com um novo recuo do petróleo, que fechou em Nova
York a US$ 114,45, em baixa de
0,65%, as ações da Petrobras
terminaram com baixa de
2,78% (ON) e 2,53% (PN), fechando antes do anúncio do recorde de ganho no segundo trimestre.
Nos Estados Unidos, o petróleo mais barato tem animado as
Bolsas pois reduz a pressão inflacionária e a possibilidade de
alta de juros no país. O índice
Dow Jones terminou o dia com
alta de 0,41%, e a Nasdaq subiu
1,07%.
Em Tóquio, a alta foi de
1,99%.
Com o descolamento entre a
Bovespa e as Bolsas externas, a
diferença de resultados neste
mês chama a atenção. Enquanto o Ibovespa está com queda
acumulada de 8,04% em agosto, o Dow Jones tem ganhos de
3,55%. A Bolsa de Londres, que
subiu 0,96% ontem, está com
elevação mensal de 2,40%.
A dependência do índice Ibovespa -que reúne as 66 ações
brasileiras de maior liquidez-
de companhias ligadas ao desempenho de commodities no
exterior tem sido sentida de
forma mais intensa nas últimas
semanas. Essas ações representam cerca de 43% do Ibovespa e têm sido muito punidas
no atual cenário. O petróleo,
por exemplo, rondava os US$
145 no começo de julho e hoje
está US$ 30 mais barato.
Fora desse núcleo, a ação da
Cesp foi o destaque de perdas.
Seu papel preferencial "B" terminou com queda de 9,63%.
Operadores de corretoras
têm notado que também investidores brasileiros começaram
a se desfazer de ações, o que pode dificultar a recuperação da
Bolsa no curto prazo. O aumento do número de vendedores
fez mais de 90% das ações do
Ibovespa terminarem ontem
em queda.
(FABRICIO VIEIRA)
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