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Mercado volta a prever inflação
abaixo do teto da meta em 2008
Expectativa para o IPCA é reduzida de 6,54% para 6,45%, segundo pesquisa do BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante de alguns sinais de
que a inflação pode estar perdendo força, analistas do mercado financeiro já consideram
possível o cumprimento da meta fixada pelo governo neste
ano. Segundo pesquisa feita pelo Banco Central com cerca de
80 bancos e consultorias na última sexta-feira, a expectativa é
que a alta dos preços fique em
6,45% em 2008.
Uma semana antes, o mesmo
levantamento projetava uma
elevação de 6,54% para o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano. A meta
do governo é manter a alta em
4,5%, mas se admite um desvio
de até dois pontos percentuais
em relação a esse número.
O objetivo do BC é fazer com
que a inflação volte aos 4,5% do
centro da meta a partir do ano
que vem. Por enquanto, o mercado ainda não dá sinais de que
acredita no cumprimento desse objetivo. De acordo com a
pesquisa do próprio BC, a projeção para o IPCA de 2009 continua em 5%.
Nas últimas semanas, algumas notícias ajudaram a reduzir um pouco o pessimismo do
mercado em relação à inflação.
Uma delas foi o próprio resultado do IPCA de julho, que ficou
um pouco abaixo do que era
previsto pelos analistas consultados pelo BC (0,53%, contra
0,60%). Além disso, a cotação
de muitas commodities, uma
das principais fontes de pressão inflacionária, recuou nos
últimos dias.
Mantega
Um dos que se dizem mais
otimistas com a inflação é o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ontem, ele disse que a
tendência de alta das commodities -como alimentos e petróleo- está chegando ao fim, o
que vai ajudar a trazer a inflação para o centro da meta mais
rapidamente. "Mas não significa que devemos descuidar dessa questão", afirmou.
Para o ministro, ainda é preciso atenção para possíveis reajustes que podem ser promovidos por empresas que nos últimos meses tiveram alta de custos, como matérias-primas e
salários. Ou seja, o problema
está em aumentos de preços
decididos hoje, mas influenciados pela inflação passada.
Uma das armas do governo
contra esse repasse de custos
ao consumidor é a alta dos juros. Segundo a pesquisa do BC,
a expectativa do mercado já é
de um aperto mais forte do que
se imaginava: a estimativa é
que a taxa Selic, hoje em 13% ao
ano, chegue a 14,75% até dezembro. Há duas semanas, a
previsão estava em 14,25%.
Para conter a inflação, o governo também pode intensificar o aperto fiscal. Ontem,
Mantega disse que o governo já
realiza "um bom superávit primário" (economia do governo
para pagar os juros da dívida),
mas admitiu que, se for necessário, o aperto fiscal é "uma excelente arma para combater a
inflação porque diminui o gasto
do Estado".
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