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Serra afirma que dados do
PAC sobre SP são "trololó"
Governador diz que maior parte da verba não é federal
AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL AO GUARUJÁ
O governador José Serra chamou a publicidade feita pelo
governo federal em relação aos
números de investimentos do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) no Estado de
São Paulo de "trololó". Segundo
ele, os números anunciados pelo Planalto para investimentos
no Estado são formados, na
maior parte, com recursos do
governo de São Paulo e dos municípios. A declaração foi dada
durante discurso no evento
Santos Export 2008, fórum para discussão da expansão do
porto santista no Guarujá.
Em tom de campanha, ele cobrou o direito de usufruir da
publicidade gerada pelos investimentos que formam o PAC.
"Quem faz tem de ter o crédito
pelo que está fazendo", disse
durante o pronunciamento de
pouco mais de 20 minutos. Depois ele voltou a criticar o governo Lula na coletiva de imprensa que concedeu antes de
deixar o encontro.
Segundo ele, dos R$ 8 bilhões
programados para o Estado
neste ano, apenas R$ 2 bilhões
são recursos federais, o restante é dinheiro estadual e dos municípios, emprestado junto a
instituições federais. "Tem
muito trololó nesses dados. O
número apresentado sem qualificação dá a idéia errada. Dá a
idéia de que tudo esteja sendo
feito com dinheiro federal. Na
verdade, a grande parte é do Estado e dos municípios", disse.
Obras
O governador informou que
abriu discussão com o governo
federal para o desenvolvimento
do projeto do trecho sul do ferroanel metropolitano de São
Paulo. O empreendimento amplia a capacidade de escoamento de carga ferroviária para o
porto de Santos. A MRS Logística enfrenta hoje uma limitação em São Paulo devido ao uso
da faixa de domínio da linha
que corta a capital para o transporte de passageiros. O ferroanel pode resolver esse problema e elevar o volume de carga
sobre os trilhos.
Mesmo com essa dificuldade,
o setor ferroviário conseguiu
elevar o volume de carga transportada por trem no primeiro
semestre, de 17% para 23%, segundo dados das companhias
ferroviárias e da Codesp (Companhia Docas de São Paulo).
Serra também falou sobre
um estudo para a construção de
um túnel que eliminará a travessia de balsa entre Santos e
Guarujá. O projeto pode seguir
para licitação no início do ano
que vem. Serra cobrou da Codesp um plano detalhado para
deposição dos sedimentos que
serão retirados com a dragagem do canal de navegação. Ele
disse que a Cetesb autorizou a
retirada de até 700 mil metros
cúbicos de sedimentos, mas
exigiu um novo plano, que até
agora não foi apresentado pela
Companhia Docas.
Cesp
O governador disse que foram retomadas as negociações
com o governo federal para a
prorrogação do contrato de
concessão das hidrelétricas de
Ilha Solteira e Jupiá. As duas
hidrelétricas, controladas pela
Cesp (Companhia Energética
de São Paulo), têm concessões
que expiram em 2015 e respondem por mais de 60% das receitas da companhia.
Em março, o governo de São
Paulo viu o fracasso da terceira
tentativa de vender a Cesp devido à indefinição sobre o prazo
de vigência de concessão das
duas usinas. Os consórcios que
avaliaram o negócio consideraram incerta a perspectiva de
rentabilidade da Cesp diante da
perspectiva de término das
concessões em 2015 e a exigência de devolução dos ativos ao
poder concedente.
"[A negociação] está recomeçando. Há uma possibilidade de
negociação", disse o governador. Ele não quis detalhar o
atual estágio das conversas
com a União, que criou -a partir de resolução do Ministério
de Minas e Energia- uma comissão para discutir como o governo federal pode prorrogar
mais uma vez concessões que já
tenham sido alongadas e que
agora devem, pela lei, ser devolvidas à União. Estima-se que
haja mais de 120 concessões
públicas, alguns nas mãos de
estatais -como Chesf-, que
vencem em 2015. Serra afirmou que não comentaria detalhes para não gerar especulação
no mercado de capitais.
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