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Anatel prepara a venda de novas licenças de TV paga
Últimas licitações aconteceram há oito anos; agência credita demora ao TCU
Oferta é reivindicada pelo
mercado, que passa por
forte processo de fusão e de
concentração, acirrada pela
entrada das teles no setor
ELVIRA LOBATO
EM SÃO PAULO
A Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) prepara
o lançamento de novos editais
para a venda de concessões de
TV paga. A oferta de licenças é
reivindicada pelo mercado, que
passa por forte processo de fusão e de concentração de empresas, acirrada pela entrada
das teles no setor. A última licitação para licenças aconteceu
há oito anos.
Os preparativos para os novos editais foram confirmados
pelo superintendente de Comunicação de Massa da Anatel,
Ara Minassian, no congresso
anual da ABTA (Associação
Brasileira de Televisão por Assinatura). O planejamento do
lançamentos dos editais, de
acordo com ele, será submetido
à aprovação do conselho diretor da agência até o final deste
mês.
Grandes aquisições aconteceram nos últimos anos no setor, e o processo continua. A
Net admite interesse na compra da TV Cidade, que tem operações em Recife, Paulista,
Olinda e Jaboatão (Pernambuco); em Juiz de Fora (MG); em
Cuiabá e Várzea Grande (MT);
em Niterói, São Gonçalo e Volta Redonda (RJ); em Gravataí
(RS); em Aracaju (SE); e em
Salvador e Feira de Santana
(BA). A TV Cidade tem 80 mil
assinantes de TV a cabo e 40
mil assinantes de banda larga.
A Sky, empresa de TV paga
com transmissão direta por satélite, com 1,7 milhão de assinantes, acertou a compra da TV
Filme, no final de março, mas a
concretização do negócio depende de aprovação da Anatel.
Outra aquisição em exame na
Anatel é a da operadora paulista Big TV pela Net, acertada no
final do ano entre as partes.
A TV Filme tem 40 mil assinantes e usa sistema de transmissão por freqüência de rádio
(chamado MMDS). O presidente da Sky Brasil, Luiz Eduardo
Baptista, disse que a TV Filme
servirá um projeto piloto mundial da Sky para a oferta de
acesso à internet por banda larga sem fio (tecnologia WiMax).
Concentração
O processo de concentração
na TV paga começou a partir de
2004, com a entrada do grupo
mexicano Telmex na Net Serviços, maior empresa de TV a cabo do país. A Net, assim como a
TVA, do grupo Abril, vinha de
uma longa crise financeira.
Em 2006, a Telefônica acertou a compra de parte da TVA
(grupo Abril), e a Oi/Telemar
revidou comprando a empresa
mineira de cabo Way TV. Naquele mesmo ano, a Net incorporou a Vivax, que era a segunda maior empresa de TV a cabo.
A avaliação dos executivos é
que as empresas médias acabarão absorvidas ou pela Net ou
pelas teles. O entendimento é
que apenas as pequenas empresas, situadas em cidades
menores, sobrevirão como operações independentes.
O empresário mineiro Elos
Nolli, sócio da Minas Cabo Telecomunicações, confirma a
tendência de absorção das empresas médias pelos grandes.
"Se tivermos uma boa proposta, vamos avaliá-la."
Licitações
Segundo Ara Minassian, superintendente da Anatel, a demora no lançamento de novos
editais deveu-se ao questionamento do TCU (Tribunal de
Contas da União) sobre os critérios para a definição do preço
mínimo das licenças.
Em 2003, segundo ele, a Anatel fez uma licitação para a venda de concessões que foi questionada pelo TCU, em razão do
grande percentual de ágio ofertado pelos concorrentes. A
agência refez seus critérios fixos para definição dos preços
mínimos, o que exigiu uma
consulta pública em 2006.
Minassian disse que os novos
leilões seguirão as regras estabelecidas pela Lei da TV a Cabo,
como a obrigatoriedade de
maioria de capital nacional. As
companhias telefônicas, segundo disse, poderão comprar licenças nas localidades em que
não haja outro interessado, como previsto na lei.
A Câmara dos Deputados
discute um projeto de lei (PL
29) para eliminar as barreiras
de entrada das teles no mercado de TV paga. Segundo Minassian, a agência não vai aguardar
o término das discussões no
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