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COMÉRCIO EXTERIOR 2
Veto a importação gera crise no setor de castanha de caju
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Produto líder da pauta de
exportações no Ceará, a castanha de caju enfrenta uma
grave crise que já causou a
paralisação de quatro das oito empresas beneficiadoras
do produto no Estado, demissões e rompimento de
contrato com compradores
de outros países.
Há 600 contêineres com
15,6 mil toneladas do produto estocadas no porto do Pecém (a 30 km de Fortaleza),
de onde deverão ser devolvidos a seus países de origem,
Nigéria e Costa do Marfim,
por determinação do Ministério da Agricultura.
O motivo para o rechaço ao
produto foi a presença nos
contêineres de pragas, terra
e até penas de aves, que poderiam trazer ao país a
ameaça da gripe aviária, segundo o ministério.
O presidente do Sindicaju
(Sindicato das Indústrias de
Beneficiamento de Castanha
de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará), Antonio José Carvalho, disse
que os prejuízos passam de
US$ 14 milhões.
As exportações cearenses
de castanha de caju geraram,
em 2007, US$ 180 milhões,
17% das vendas do Estado ao
exterior.
Essa foi a primeira vez que
indústrias cearenses importaram castanha. A produção
local normalmente as abastece, mas em 2007 a safra
quebrou, com perda de 100
mil toneladas das 300 mil
que deveriam ser obtidas.
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