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Em 20 anos, SP elimina colheita manual da cana
DA REDAÇÃO
A mecanização é "quase
inevitável", mas o homem
não deve ser esquecido nesse
contexto, diz Ademir Müeller, presidente da Federação
dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná.
Para ele, os trabalhadores
devem ter crédito de longo
prazo do governo para comprar terra e tempo e possibilidade de requalificação.
Um dos exemplos citados
por Müeller é o da cana-de-açúcar. A cada máquina que
passa a operar, pelo menos
cem trabalhadores deixam
de trabalhar. Nesse setor, a
mecanização acabou sendo
uma exigência das próprias
leis ambientais, e os trabalhadores terão até duas décadas para readaptar-se.
Preocupação com o social,
adaptação a custos de produção e exigências ambientais levaram o setor a ter
uma legislação específica para a queima da palha da cana
no Estado de São Paulo -o
maior produtor nacional.
Segundo essa lei, de 2000,
os produtores paulistas têm
de reduzir a queima da cana
em 25% a cada cinco anos.
Sem a queima, a colheita
deixará de ser manual, e feita
apenas por máquinas. Dois
motivos devem afastar os
trabalhadores da colheita da
cana crua: queda na produtividade e o perigo de serem
atacados por animais peçonhentos, como cobras.
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