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Moradores de Fortaleza criam
banco popular e cartão de crédito
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Moradores de um dos bairros
mais pobres de Fortaleza, o Conjunto Palmeiras, conseguiram ter
acesso ao microcrédito por meio
de um banco popular, o banco
Palmas, que lançou cartão de crédito, moeda e que financia empreendimentos no próprio bairro, sem apoios governamentais.
O banco já existe desde 1998 e
não consegue financiamento do
BNDES por ser uma associação
de moradores.
"Não temos interesse em mudar
nosso estatuto social porque, senão, pela legislação existente, teremos de nos adequar aos critérios do mercado e exigir comprovação de renda, fiador, ficha limpa no SPC, coisa que pobre não
tem", disse João Joaquim de Melo
Neto, coordenador do banco.
Os pré-requisitos para conseguir um empréstimo são que a
pessoa seja moradora do Conjunto Palmeiras e filiada à Associação
do Bairro. Com isso, um analista
de crédito do banco vai à casa da
pessoa e conversa com os vizinhos, que se transformam em
avalistas. O índice de inadimplência nunca é superior a 5%.
O valor do empréstimo e os juros são progressivos, de acordo
com a renda da pessoa. O valor
mais baixo é de R$ 100, com juros
de 2% ao mês, e o mais alto é de
R$ 1.000, com juros de 3%.
Por causa das restrições orçamentárias -o banco tem suporte
de R$ 40 mil em caixa-, apenas
1.200 dos 30 mil moradores do
bairro são clientes do banco.
Além do microcrédito, o banco
criou o PalmaCard, um cartão de
crédito aceito em lojas do próprio
bairro com limites que variam de
R$ 20 a R$ 100, de acordo com a
renda do morador, sem a cobrança de taxa de manutenção.
Outra criação foi o "palmas",
moeda com o valor equivalente
ao real, criada para facilitar a troca
de serviços dos moradores.
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