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EXUBERÂNCIA NACIONAL
Retorno das instituições financeiras no país superou em 2003, pela 1ª vez, o obtido pelas americanas
Bancos têm rentabilidade recorde no Brasil
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancos que atuam no Brasil
conseguem registrar níveis de
rentabilidade que superam os verificados em grandes bancos americanos. No ano passado, pela primeira vez na história, os resultados sobre o desempenho dessas
instituições no país superaram o
obtido pelos bancos nos EUA.
A rentabilidade com as operações bancárias no Brasil supera
até a taxa de retorno registrada
pela indústria norte-americana e
também pela brasileira. Nesse caso, foram contabilizados os resultados de companhias e instituições financeiras com ações em
Bolsa de Valores em São Paulo e
em Nova York.
No ranking deste ano, que engloba números dos maiores bancos presentes nos dois países
-segundo o resultado com intermediação financeira-, Bradesco,
Banco do Brasil e Itaú aparecem
na 9ª, 10ª e 11ª posições, respectivamente. Em primeiro está o Citigroup, o maior do mundo.
Levantamento da Economática,
que realizou os cálculos, mostra
que o que aconteceu foi uma inversão -favorável aos brasileiros- nos desempenhos das instituições aqui e lá fora.
Em 2003, a taxa de rentabilidade
mediana (média que elimina as
maiores variações) das instituições ficou em 17% no Brasil. Nos
EUA, ficou em 15,1%.
A taxa de 17% é recorde e muito
próxima até do melhor índice para o setor verificado nos EUA (de
17,4% no ano de 1999).
Entretanto, até então, o Brasil
perdia para as instituições financeiras lá fora e o índice dos bancos
americanos era superior e sempre
alcançava os dois dígitos.
O levantamento da Economática mostra que neste ano, porém,
houve uma redução. No primeiro
trimestre, o número ficou em
14,9%. Isso ocorreu por conta do
aumento de certas despesas nas
empresas no país. Mesmo com a
queda, entretanto, o resultado é o
mesmo registrado pelos bancos
norte-americanos.
O índice também é, de longe,
superior à taxa mediana de retorno da indústria norte-americana.
O número ficou em 11,6% em
março deste ano.
O que analistas brasileiros e estrangeiros concordam é que a recente reformulação do sistema
bancário brasileiro (com o fim da
inflação -que engordava as receitas das companhias) obrigou o
setor a aprender a ganhar dinheiro em outras áreas, antes negligenciadas. Entre essas áreas está a
de crédito popular.
Além disso, também há a questão dos elevados "spreads" bancários (diferença entre o custo de
captação do dinheiro e o que é cobrado do tomador).
Como rentabilidade é a divisão
do lucro pelo patrimônio, um
"spread" alto turbina o lucro e, logo, a rentabilidade das empresas.
Com uma leitura dos balanços,
é possível verificar que o Bradesco, por exemplo, registrou de janeiro a março uma taxa de rentabilidade (anualizada) de 19,1%.
No mesmo período de 2003, o número foi de 18,5%. No Itaú, o indicador alcançou 31,1% neste ano,
contra 31,1% em 2003.
Ranking
No ranking dos bancos líderes
em resultados com intermediação
financeira (juros recebidos nas
aplicações em títulos e valores
mobiliários e nos empréstimos,
por exemplo), o Brasil continua
na 9ª posição neste ano, ocupada
pelo Bradesco. Na cola aparecem
o Banco do Brasil e o Itaú.
No entanto, no Itaú, por exemplo, o dinheiro obtido com a intermediação registrou uma alta
de só 14,8%.
Enquanto isso, as despesas (juros pagos nas captações e operações de empréstimos e repasses e
provisões técnicas) cresceram
117,5% no período.
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