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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
China ameaça Brasil no mercado angolano
A disputa entre Brasil e China por mercados em Angola deve esquentar no segundo semestre. O Brasil tem perdido
espaço para os chineses em
uma queda-de-braço cujo início remete aos primeiros passos da reconstrução do país, em
2002, após quase 30 anos de
uma guerra civil que teve impactos devastadores para a população e para a economia.
Brasil e China ocupam postos consideráveis nas relações
comerciais com o país africano
como mostra estudo elaborado
pela Apex-Brasil.
A China ocupa o segundo lugar entre os destinos das exportações angolanas, com participação de 34,7%, atrás dos EUA
(37,2%). As principais importações vêm dos seguintes países:
EUA (15,4%), Portugal (15,1%)
e Coréia do Sul (10,3%). A China aparece em quarto, com
8,9%, seguida de perto pelo
Brasil, com 8,3%. Angola teve
importações mundiais de US$
10,1 bilhões e exportações de
US$ 31,5 bilhões em 2006.
Entre 2004 e 2006, a participação do Brasil nas importações angolanas subiu de 3,5%
para 8,3%. Em 2006, porém, a
China ultrapassou, quando
atingiu participação de 8,9%.
Os números correspondem a
US$ 894 milhões de exportações chinesas contra US$ 836
milhões de exportações brasileiras ao mercado de Angola.
Em outubro, a Apex-Brasil
enviará ao país uma delegação
com 70 empresas para "intensificar a presença em Angola",
segundo Maurício Manfre, responsável pelo projeto de Angola na unidade de imagem e
acesso a mercados da Apex.
Para a missão, a Apex está
buscando parcerias com entidades de capacitação como Sebrae, Senai, Sesc e outras. A
idéia é garantir mais espaço aos
produtos e serviços brasileiros.
Os chineses, nos últimos anos,
entraram mais agressivamente
com investimentos no país.
Segundo Manfre, os produtos brasileiros possuem uma
aceitação maior entre a população angolana do que as mercadorias vindas da China. Nesse
quesito, os maiores competidores do Brasil são os europeus.
"O povo angolano se identifica
com a moda e o estilo de vida
brasileiros. Eles assistem às novelas da Globo e da Record e
por isso têm uma simpatia."
Entre a nova classe média
que surge no país, o filão é dos
brasileiros. Já os produtos chineses de baixa qualidade e baixo preço têm aceitação nas camadas mais pobres da população. "Mas o Brasil quer competir com produtos de maior valor agregado, provenientes da
Europa, como cosméticos, produtos de limpeza, alimentos,
confecções e também máquinas e equipamentos", diz.
O Brasil foi um dos primeiros
países a atuarem na reconstrução de Angola depois da guerra.
Construtoras como Odebrecht,
Camargo Corrêa e Andrade
Gutierrez têm investimentos
milionários.
"A China é hoje uma grande
fornecedora de serviços de infra-estrutura e está atuando na
construção não só de prédios,
mas também de rodovias."
PARCELADO
O Banco do Brasil vai financiar a aquisição de conversores para TV digital em
até 48 meses. Segundo o
banco, com R$ 10,21 por
mês, em 48 parcelas, será
possível adquirir um equipamento no valor de R$ 250.
A contratação poderá ser
feita nos estabelecimentos
afiliados à rede Visa, na internet ou nas agências do
banco. A operação será automatizada, e a liberação do
valor, para quem já possui limite estabelecido, será automática.
PODEROSO CHELSEA
Com a crise no mercado
imobiliário nos EUA, os bilionários russos começam a
ocupar as mansões vazias. O
"Wall Street Journal" diz
que Roman Abramovich,
dono do Chelsea, pagou US$
36,4 milhões por uma propriedade que equivale a cerca de 113 campos de futebol.
Dmitry Rybolovlev, sócio de
indústria de fertilizantes
russa, negocia com Donald
Trump uma casa de US$ 100
milhões em Palm Beach.
NUCLEAR
De acordo com pesquisa
realizada no início deste mês
na Alemanha, pela Infratest
Dimap, a opinião pública está dividida com relação ao
uso de energia nuclear. Cerca de 51% dos entrevistados
acreditam que a Alemanha
deve manter a política nuclear atual, ou seja, o desligamento progressivo de usinas
nucleares do país até 2021,
segundo acordo de coalizão
entre o governo e o partido
verde. Em dezembro do ano
passado, esse número estava
em 58%.
CONCORRÊNCIA RADICAL
A América Latina sediará, pela primeira vez, uma etapa
da competição de executivos Intelligent Sport -organizada na região pela Lito Times de Serviços-, em novembro,
em Florianópolis, com esportes radicais, provas estratégicas e cognitivas. Os melhores times brasileiros irão para a
final mundial, que pode opor filial e matriz de uma mesma empresa. "É uma chance de filiais mostrarem competências", diz José Campos, diretor da Lito. A etapa brasileira terá nomes como Braskem, Santander e Booz Allen.
NO ESPELHO
Amalia Sina, conhecida pela carreira executiva que deixou
há pouco mais de um ano para ser empresária, vai ampliar
sua linha de cosméticos. A Sina Cosméticos lança, neste
mês, em Las Vegas, 80 produtos da nova linha. Sina, que teve cargos como presidente da Philip Morris do Brasil, da
Walita do Brasil e outros, começou com produção de 25 quilos por item e hoje produz quatro toneladas por mês de cada
produto. Sua estratégia é lançar antes no exterior, como fez
com a própria empresa, que nasceu na Itália. "Quando você
ganha pedigree lá fora, o Brasil aceita mais." A extensão da
linha será lançada no Brasil no segundo semestre. Seus produtos hoje estão em países como EUA e Alemanha.
MIRA
APREENSÃO DE CDS E DVDS PIRATAS AUMENTA 60% NO PRIMEIRO SEMESTRE
As apreensões de CDs e DVDs piratas aumentaram 60%
no primeiro semestre comparado aos mesmos meses de
2007, segundo a APCM (Associação Antipirataria de Cinema
e Música). Neste ano, 22 milhões de mídias piratas foram recolhidas, contra 14 milhões em 2007. No período deste ano,
foram apreendidos 802 drives de CDs, 3.789 drives de DVDs
e 955 unidades de equipamentos como mouses, impressoras
e scanners. De acordo com a associação, no primeiro semestre, 119 pessoas foram condenadas pelo crime de pirataria.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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