|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Paulinho reassume presidência e racha sindicato dos metalúrgicos
DA REPORTAGEM LOCAL
A volta de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, para a presidência
do Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo (ele também reassume
amanhã a presidência da Força
Sindical) provocou um racha na
diretoria da entidade.
Paulinho, licenciado da presidência do sindicato desde 2000,
volta para cuidar de assuntos políticos e da campanha salarial. Ramiro de Jesus Pinto, até agora presidente do sindicato, passa a ser
responsável pela área administrativa da entidade, como primeiro
vice, cargo para o qual foi eleito.
"Voltei porque a atuação política do sindicato estava muito capenga", diz Paulinho.
"O cargo pertence de fato e de
direito a ele, que foi eleito pelos
trabalhadores. Há dois anos, Paulinho se afastou porque não conseguia acumular as duas presidências", afirma Jesus Pinto.
Pressão
A Folha apurou que Paulinho
voltou ao sindicato por pressão de
uma ala de sindicalistas ligados à
Força que não gosta da atuação de
Jesus Pinto. O recado foi o seguinte: ou Paulinho voltava para a presidência ou seria formada uma
chapa de oposição à atual diretoria na disputa do próximo mandato, que se inicia em 2004.
Nesta semana, alguns sindicalistas levantaram a hipótese de
que Paulinho não poderia voltar
ao cargo. Isso porque o artigo 48
(item b) do estatuto do sindicato
diz que os membros da diretoria,
do conselho fiscal e delegados do
conselho de representantes da federação (Federação Estadual dos
Metalúrgicos da Força Sindical de
São Paulo) perderão seus mandatos se houver "aceitação de função ou de transferência que obrigue o afastamento do exercício do
cargo, definitivo ou temporário".
Sindicalistas ligados a Paulinho,
entretanto, dizem que podem
ocorrer mudanças na atual diretoria, com troca de cargos, como
estabelece o estatuto. Na análise
deles, o sindicato perdeu força
política.
Mudanças
A troca de funções depende de
decisão da diretoria, não precisa
ser referendada em assembléia
dos trabalhadores. Com isso, o
primeiro vice pode ser substituído. Os prováveis candidatos seriam Elza Costa Pereira, mulher
de Paulinho, que ocupa o cargo de
segunda vice-presidente, Miguel
Torres, atual terceiro vice-presidente, ou Eleno Bezerra da Silva,
que ocupa o cargo de secretário-geral do sindicato.
O retorno de Paulinho para o
sindicato dos metalúrgicos, segundo a Folha ouviu de vários dirigentes, também tem outro motivo: na função de presidente,
Paulinho volta a ficar em evidência depois da derrota como vice
na chapa de Ciro Gomes (PPS).
Outro motivo: o sindicato está
negociando com a Caixa o pagamento de ação já ganha na Justiça
pelos metalúrgicos de Mogi das
Cruzes para repor as perdas do
plano Collor 1. São 60 mil trabalhadores com direito a receber
R$ 12 milhões. Também espera
que essa decisão seja estendida
para outros 350 mil metalúrgicos
de São Paulo, uma vez que o sindicato de Mogi se uniu ao de São
Paulo. E quem estiver na liderança do sindicato será certamente
lembrado por isso.
(CR e FF)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Comentário: Ações trazem risco de perda Índice
|