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COMENTÁRIO
Ações trazem risco de perda
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Investir em ações sempre
traz alto grau de risco. Da mesma forma que é possível ganhar
muito em pouco tempo, os recursos aplicados em ações podem
evaporar em igual velocidade.
Quem descobrir que a Bolsa de
Valores de São Paulo (Bovespa)
subiu mais de 150% em 1999 pode
se sentir atraído por esse tipo de
investimento. Mas neste ano, por
exemplo, a história tem sido outra. A queda acumulada da Bovespa no ano está em 35%. Isso significa, grosso modo, que, se um investidor aplicou R$ 1.000 em um
fundo de ações que acompanha a
oscilação da Bolsa no último dia
de 2001, tem hoje apenas R$ 650.
Em um cenário tão negativo, os
papéis das empresas estatais não
têm conseguido destino diferente.
As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Eletrobrás acumulam queda de 51,4% no ano.
Nem mesmo os papéis da Petrobras, a empresa que tem maior
peso na Bolsa, tem conseguido
bons resultados. As perdas das
ações preferenciais da petrolífera
alcançam 27,6% no ano. Já os papéis ON do Banco do Brasil amargam baixa de 14,7% no ano.
O trabalhador que viesse a aceitar o pagamento da correção do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço), como prevê a
proposta da Força Sindical e da
Bovespa, por meio de ações de
empresas estatais, deveria estar
consciente dos riscos que corre.
A sorte dos recursos que o trabalhador viesse a receber em
ações estaria atrelada ao sobe-e-desce do mercado: da mesma forma que o dinheiro pode aumentar com o tempo, também pode
desaparecer.
Para a Bolsa, o fluxo extra de investidores é de grande interesse.
O mercado acionário local está
bastante debilitado. Além das fortes perdas acumuladas no ano, o
nível de negócios diários no pregão tem sido muito baixo, e os investidores estrangeiros não param de vender suas ações e abandonar a Bovespa.
Na atual crise cambial, as ações
de apenas algumas empresas têm
se beneficiado. Em sua maioria,
são as exportadoras, que acabam
favorecidas pelo dólar mais alto,
que estimula suas vendas ao mercado externo. O papel PNA da Vale do Rio Doce, por exemplo, já
subiu 55,5% no ano.
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