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Receita da exportação de carne bovina cresce 18,2%
Volume recua 16,6% no período de janeiro a julho
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
As exportações brasileiras de
carne bovina renderam em julho US$ 513 milhões, alta de
52,8% em relação ao mesmo
mês do ano passado. Os embarques totalizaram 195 mil toneladas, apenas 1% mais do que o
volume de julho de 2007.
As informações foram divulgadas ontem pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias
de Carne). O acumulado do ano
registra receita de US$ 3,017 bilhões, aumento de 18,2% na
comparação com os sete primeiros meses de 2007. O volume recuou 16,6%, para 826,5
mil toneladas.
A Abiec mantém a previsão
de que as exportações de carne
bovina rendam ao país o recorde de US$ 5 bilhões em 2008.
Segundo o diretor-executivo
da associação, Luiz Carlos de
Oliveira, a retração no volume
se explica pela pouca oferta de
animais. O aumento de preço
da carne no mercado internacional também inibe o comprador e pesa para esse recuo.
De janeiro a julho, de acordo
com a Abiec, o preço médio da
tonelada da carne brasileira exportada ficou em US$ 3.651,
crescimento de 41,8% em relação a igual período de 2007.
Essa alta reflete a restrição
de oferta em todo o mundo,
afirma José Vicente Ferraz, diretor-técnico da consultoria
AgraFNP. A redução do rebanho no Brasil, principal exportador mundial em volume em
2007, deve fazer com que produção de cortes bovinos no país
caia 6,3% este ano, para a faixa
de 7,5 milhões de toneladas, informa Ferraz.
Citando dados da Conab como referência, Fabiano Tito
Rosa, coordenador de análises
setoriais da Scot Consultoria,
prevê queda de 7%, "com viés
de baixa", para a faixa de 9,5 milhões. A Companhia Nacional
de Abastecimento trabalha
com números maiores que os
da AgraFNP.
Plataforma
As indústrias querem aproveitar este segundo semestre
para "recuperar a plataforma
de exportação", diz Oliveira.
Para retomar terreno na
União Européia, é preciso aprimorar o Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos).
Atualmente em torno de 150 fazendas estão habilitadas para o
embarque de carne "in natura"
aos europeus. Antes das restrições da UE, havia 10 mil propriedades como fornecedoras.
A Abiec espera que a partir
do próximo mês as indústrias
brasileiras voltem a exportar
carne industrializada para os
Estados Unidos. Os critérios de
auditoria entre os dois países
estão sendo harmonizados. Em
25 de setembro está programada avaliação norte-americana.
Representantes do Chile
programaram para outubro visita a frigoríficos brasileiros. O
mercado chileno está fechado à
carne brasileira "in natura"
desde os focos de aftosa em Mato Grosso do Sul em 2005.
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