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Lula quer meta de 4% para expansão em 2010
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula quer que a
área econômica do governo fixe
na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a meta de crescimento do PIB de pelo menos
4% no ano eleitoral de 2010. No
que depender dos técnicos do
Ministério do Planejamento, a
meta ficaria entre 2% e 3%.
A LDO, a ser enviada hoje ao
Congresso, é o primeiro item
da agenda orçamentária para o
ano que vem e balizará a confecção do Orçamento que será
executado em 2010. Por isso, é
tão importante a meta de crescimento a ser fixada, mesmo
que depois seja modificada.
A avaliação dos técnicos, baseada em dados principalmente da economia norte-americana, é que a situação internacional estará em 2010 tão ruim como hoje. Portanto, dificilmente
será possível crescer muito
mais do que em 2009.
Lula e a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil), sua provável candidata a presidente,
pensam de maneira mais política. Fixar uma meta muito baixa
seria mandar um sinal político
muito ruim e uma confissão de
que as políticas anticíclicas
-como o PAC e o pacote habitacional- têm efeito limitado.
No debate sobre a LDO, discute-se também afrouxar o
aperto fiscal e abrir espaço para
o aumento de gastos públicos já
em 2009. A Folha apurou que
o superávit primário feito pelo
governo federal deve ser reduzido neste ano.
Em 2010, a meta vai abater
somente os investimentos da
Petrobras. Na prática, o esforço
fiscal cairá dos atuais 3,8% do
PIB para cerca de 3,3% do PIB.
O governo também discutiu
flexibilizar as contrapartidas
exigidas de Estados e municípios em convênios e outras
obras federais. Entre as possibilidades, estavam a redução
nos valores devidos ou mesmo
a ampliação no prazo para esses pagamentos. A dúvida era
se a alteração seria incluída na
LDO pelo governo ou incorporada ao texto no Congresso.
A alteração na contabilidade
dos gastos da Petrobras não
abre espaço para novas despesas do governo no combate à
crise. O ganho para a União é a
liberdade que a empresa terá
para investir. Hoje, quando a
estatal faz obras, reduz o superávit primário. Sem essa amarra, a Petrobras poderá ampliar
a capacidade de investir nas
obras do PAC e até na exploração das novas reservas de petróleo no pré-sal.
A redução no aperto fiscal do
governo é que terá impacto sobre a capacidade de gastos neste ano. Da meta de 3,8% do PIB
fixada para todo o setor público, o Tesouro, o Banco Central
e a Previdência Social teriam
de alcançar 2,15% do PIB.
A Fazenda, que começou a
discussão defendendo a manutenção do superávit primário,
já aceita reduzi-lo. O impacto
da crise sobre a arrecadação,
que já cai quase 10% em relação ao primeiro bimestre de
2008, é a principal justificativa.
O impacto da redução do superávit -e da saída da Petrobras- sobre a dívida pública
não deve ser significativo. Os
técnicos do governo estimam
que o percentual, que em fevereiro era de 37% do PIB, continue abaixo de 40%.
Colaboraram LEANDRA PERES e GUSTAVO PATU, da Sucursal de Brasília
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