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Sem controle de preços, alimentos sobem menos do que indexadores
DA SUCURSAL DO RIO
Sem sofrer interferência de nenhum tipo de indexador e com
preços livres, os alimentos aumentaram menos do que a média
da inflação no período do Plano
Real. Subiram 119,94% -menos
do que os 154,11% acumulados
pelo IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor - Amplo).
Nos primeiros anos do Plano
Real, as altas dos alimentos foram
menores. Em 1996, sofreram aumentos médios de apenas 1,71%
-a inflação ficou em 9,56%.
A partir de 1999, com a desvalorização do real houve uma aceleração nos preços dos alimentos. É
que o dólar mais caro fez subir os
custos de muitos itens importados ou com cotações internacionais, como milho, soja e trigo. Todos têm impacto em importantes
produtos: massas, biscoitos, pães,
farinhas e óleos, entre outros.
Em 2002, quando o dólar bateu
perto de R$ 4 no período pré-eleitoral, os alimentos sofreram aumento de 19,47%. O IPCA subiu
menos: 12,53%. Em 1999, as variações foram muito próximas:
8,14% dos alimentos, contra
8,94% do índice. "No ano passado, a alta do dólar atingiu em
cheio vários produtos. Esse mesmo efeito foi sentido em 1999 e
2001, anos de forte desvalorização
cambial", disse Eulina Nunes dos
Santos, gerente do Departamento
de Índices de Preço do IBGE.
Nos primeiros anos do real, afirma ela, o que impulsionou os pequenos reajustes foi o aumento
gradual da safra agrícola.
Com uma oferta maior, disse, a
tendência é de o preço cair. As safras continuaram crescentes, mas
o problema é que veio o impacto
negativo do câmbio. Segundo ela,
o "contágio" do dólar sobre os
preços dos produtos alimentícios
já diminuiu neste ano. Mesmo assim, os alimentos subiram praticamente no mesmo nível do IPCA
no acumulado de janeiro a maio:
6,85%, contra 6,80%.
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