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SAIBA MAIS
Política deixou "herança maldita" para a economia
DA REPORTAGEM LOCAL
Quais foram a receita e as
conseqüências do "milagre"? Como toda discussão
a respeito de economia, o
episódio é polêmico.
Para os críticos da política
do "milagre", os anos de
crescimento custaram ao
país um ajuste doloroso.
Em meados da década de
60, discutia-se, como hoje,
se o governo deveria concentrar suas atenções no
controle da inflação ou
afrouxar as cordas e deixar
a economia crescer.
Delfim Netto, que se tornou ministro da Fazenda
em 1967, dizia acreditar que
não era possível crescer
com inflação, mas também
avaliava que o problema
brasileiro não era a alta de
preços gerada por superaquecimento da economia.
Foi a partir desse diagnóstico que ele elaborou a
política econômica do "milagre": investimentos públicos, incentivo a investimentos privados e às exportações, crédito barato.
Para financiar o crescimento, o Brasil contava com
empréstimos e investimentos estrangeiros.
As taxas de crescimento
foram recordes. Mas a necessidade de comprar produtos do exterior superava
a capacidade de exportação, gerando déficits comerciais. Empresas públicas e privadas também se
endividavam no mercado
internacional para financiar seus investimentos.
O endividamento exigia a
remessa de dólares para pagar juros e empréstimos e
desequilibrou contas e balanços, obrigando o país a
recorrer aos ajustes recessivos do Fundo Monetário
Internacional e a entrar na
década perdida dos anos 80
com crescimento médio de
pouco mais de 2%.
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