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DEPOIS DO CALMANTE
Dólar sobrecarrega quem paga dívida externa no 2º semestre
Dívidas de junho sobem R$ 400 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas brasileiras devem
mais. Em duas semanas, as dívidas no exterior que vencem em
junho cresceram R$ 400 milhões.
No início do mês, as companhias
deviam R$ 5,4 bilhões (US$ 2,1 bilhões). Na sexta-feira, após a disparada do câmbio, a dívida já estava em R$ 5,8 bilhões. O "pacote
calmante" do governo, anunciado
na quinta-feira, não impediu que
a moeda estrangeira subisse novamente na sexta. Resultado: os
débitos das empresas subiram.
Quem tem dívidas a serem pagas neste mês precisa torcer pela
queda na cotação. Quem vai tirar
os recursos do próprio caixa pode
acabar tendo de despender um
montante maior de reais do que o
esperado. Isso acontecerá se a empresa não tiver dólar ou proteção
cambial ("hedge") para quitar o
empréstimo. A boa notícia é que
parte das grandes empresas anteciparam as captações em moeda
estrangeira, fechando empréstimos no começo do ano.
Sem saída
Analistas traçam, entretanto,
um cenário nebuloso daqui para
frente. "O mercado de eurobônus
está fechado para as empresas nas
próximas quatro ou seis semanas", diz Ernesto Meyer, diretor
do banco BNP Paribas. "E quem
quiser emitir debêntures para
conseguir recursos pode desistir.
Não há demanda", afirma Zeina
Latif, da consultoria Tendências.
Há companhias em situação delicada, segundo analistas de mercado. A Eletropaulo, por exemplo, tem dívidas totais superiores
a R$ 3 bilhões, sendo que R$ 940
milhões vencem em agosto. Para
arcar com as despesas, o mercado
acredita que a empresa precisará
captar entre R$ 400 milhões e R$
600 milhões nos próximos meses,
segundo a Folha apurou.
Além da Eletropaulo, Votorantim, CSN e a construtora Brascan
precisam estruturar captações no
mercado para quitar suas pendências. A Votorantim não fala
no assunto, assim como a CSN.
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