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Temor é credor
querer se livrar
de papéis logo
DA REPORTAGEM LOCAL
O receio dos analistas é que,
apesar de controlável, a dívida
mobiliária comece a ser refugada pelos credores -investidores, bancos e agentes do mercado- caso as oposições não
dêem sinais inequívocos de
que honrarão os pagamentos.
No limite, dizem esses analistas, estaremos rolando a dívida
diariamente, no overnight, a
partir de agosto ou setembro.
Se as tensões atuais não forem desarmadas, "o mercado
poderá requerer um prêmio de
risco [juro" elevado na rolagem
da dívida no início de 2003",
diz Octávio de Barros, economista-chefe do BBV Banco.
A hipótese de a nova equipe
econômica não aceitar pagar os
juros pedidos pelo mercado,
segundo ele, lembra a troca de
dívida feita pela Argentina.
"Se isso ocorrer, o risco Brasil
irá para perto de 2.000 pontos,
as agências de risco rebaixarão
o "rating" do país, o crédito externo secará, haverá fuga de investimentos diretos, pressão
cambial, pressão inflacionária,
juros altos, crescimento medíocre", diz Barros.
Para Gabriel Amado de Moura, diretor do Banco1.net, "a
pior situação seria uma "renegociação involuntária" da dívida, como na Argentina".
Na sua opinião, se o mercado
não aceitar as condições de rolagem da dívida do novo governo, a saída seria ele resgatar os
títulos, trocando parte da dívida por moeda, o que geraria inflação. "O calote, puro e simples, está descartado; o governo
perderia credibilidade e não
conseguiria mais se financiar."
Há analistas que sonham até
com o impensável para acalmar o mercado. Para Vladimir
Caramaschi do Vale, analista
da corretora Fator Dora Atherino, é preciso um pacto político entre o governo e o PT em
torno de medidas fiscais fortes.
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