|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BC americano vê "inúmeras dificuldades" à economia
Bernanke diz que inflação e desaceleração econômica continuam a preocupar
Bush diz que depósitos estão garantidos e que população precisa "respirar
profundamente"; inflação tem maior alta em 27 anos
DA REDAÇÃO
O presidente do Fed (Federal
Reserve, o banco central norte-americano), Ben Bernanke,
afirmou ontem que a economia
dos EUA continua enfrentando
"inúmeras dificuldades" e alertou sobre os riscos de inflação e
de desaceleração econômica.
Em seu depoimento semestral ao Comitê de Bancos do Senado americano, Bernanke disse que os aumentos dos preços
de alimentos e de energia estão
elevando os riscos inflacionários, que são, ao lado dos problemas nos mercados imobiliário, de emprego e financeiro,
"um desafio significativo" para
o Fed. O banco central dos Estados Unidos tem a tarefa de
manter a economia crescendo,
ao mesmo tempo em que precisa conter a alta da inflação.
Os dados divulgados ontem
mostraram que o PPI (inflação
ao produtor) subiu 9,2% nos 12
meses até junho, atingindo o
seu maior nível desde 1981. Como tem acontecido nos últimos
meses, a alta nos preços de alimentos e energia puxou o aumento do índice. O CPI (inflação ao consumidor), que é
acompanhado com mais atenção pelo banco central americano, será divulgado hoje.
Durante o depoimento aos
senadores, Bernanke procurou
fugir da palavra "recessão" para
descrever a situação econômica do país, preferindo ressaltar
que os gastos dos consumidor
(principal motor da economia
americana) e as exportações estão crescendo em "ritmo moroso" e que o mercado imobiliário
continua se enfraquecendo.
Segundo Bernanke, a economia dos EUA vai crescer "consideravelmente" abaixo da sua
média no restante do ano, devido ao enfraquecimento dos
mercados imobiliários, ao
aperto no crédito pelos bancos
e aos altos custos de energia.
Afirmou ainda que os dirigentes do Fed julgam que há "considerável incerteza" rondando
o cenário de crescimento econômico e que os riscos estão
"inclinados para baixo".
O depoimento de Bernanke
aconteceu dois depois de o Fed
e o governo americano anunciarem um pacote de ajuda para
a Fannie Mae e a Freddie Mac,
as duas gigantes do mercado hipotecário dos EUA. E o secretário do Tesouro, Henry Paulson,
que também esteve no Senado,
solicitou ao Congresso que
aprove rapidamente as medidas que autorizem que o governo dos EUA compre bilhões de
dólares em ações das duas empresas e empreste dinheiro para essas companhias.
O presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, também pediu ao Congresso, controlado pela oposição democrata, que vote logo as medidas,
que visam conter a crise no setor de financiamento imobiliário. Ele disse ainda que os americanos devem "respirar profundamente" e se "dar conta"
de que os seus depósitos estão
protegidos pelo governo.
Com o "New York Times"
Texto Anterior: Vinícius Torres Freire Próximo Texto: Para Meirelles, turbulência ainda está longe de desfecho Índice
|