São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Para sair da crise, GM vende ativos e suspende dividendos

Montadora adota novas medidas para levantar US$ 15 bi e recuperar finanças

Novo pacote é divulgado pouco mais de um mês depois de montadora americana ter anunciado um plano de reestruturação

DA REDAÇÃO

A General Motors, a principal montadora mundial, divulgou ontem um novo pacote de medidas para recuperar as finanças da empresa, pouco mais de um mês após divulgar um plano de reestruturação. A companhia vem enfrentando dificuldades especialmente no mercado americano, com a mudança do perfil de compra de veículos dos consumidores.
A empresa suspendeu o pagamento de dividendos para suas ações, cortou os gastos com os trabalhadores assalariados em 20% e propôs a venda de ativos para levantar pelo menos US$ 15 bilhões nos próximos 18 meses. A última vez em que cortou o pagamento de dividendos foi em 1922.
A GM disse que os cortes de vagas de trabalhadores assalariados nos EUA e no Canadá e a eliminação do dividendo trimestral de US$ 0,25 por ação ajudarão a reduzir as despesas operacionais anuais em US$ 10 bilhões. A empresa também quer levantar até US$ 7 bilhões por meio da venda de ativos. Ela não divulgou quantos funcionários serão demitidos.
O aumento de recursos significa que a montadora terá dinheiro suficiente para operar caso o mercado dos EUA recue para 14 milhões de carros e caminhões comercializados durante este ano e no próximo, volume inferior ao estimado pelos analistas, afirmou o presidente-executivo da General Motors, Rick Wagoner.
O novo pacote acontece também cerca de duas semanas depois de o banco Merrill Lynch ter afirmado que a GM precisa de uma injeção de capital de até US$ 15 bilhões para garantir a sua liquidez, sem os quais poderia até pedir concordata.
"As ações de hoje [ontem], combinadas com as dos últimos anos, colocam-nos em posição de não apenas sobreviver a esse período difícil nos Estados Unidos mas de sairmos como uma companhia enxuta, forte e bem-sucedida", disse, em comunicado, Wagoner.
No início de junho, o executivo da GM falou que a empresa pretende aumentar o investimento em carros pequenos e veículos de passageiros, reduzindo a sua dependência de picapes e utilitários esportivos de grande porte -que consomem mais combustível. Segundo ele, a mudança no perfil dos consumidores americanos, provocada pelo aumento nos preços do petróleo, não é "uma tendência temporária" e "veio para ficar".
A GM teve prejuízo nos últimos três anos e a sua perda no ano passado, de quase US$ 39 bilhões, foi a maior entre as grandes empresas mundiais, segundo a revista "Fortune".
A alemã Volks, que fechou sua última fábrica nos EUA há 20 anos, anunciou que abrirá uma nova unidade no Estado do Tennessee, aproveitando a desvalorização do dólar em relação ao euro.


Com a Bloomberg


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