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Para sair da crise, GM vende ativos e suspende dividendos
Montadora adota novas medidas para levantar US$ 15 bi e recuperar finanças
Novo pacote é divulgado pouco mais de um mês depois de montadora americana ter anunciado um plano de reestruturação
DA REDAÇÃO
A General Motors, a principal montadora mundial, divulgou ontem um novo pacote de
medidas para recuperar as finanças da empresa, pouco mais
de um mês após divulgar um
plano de reestruturação. A
companhia vem enfrentando
dificuldades especialmente no
mercado americano, com a mudança do perfil de compra de
veículos dos consumidores.
A empresa suspendeu o pagamento de dividendos para
suas ações, cortou os gastos
com os trabalhadores assalariados em 20% e propôs a venda
de ativos para levantar pelo
menos US$ 15 bilhões nos próximos 18 meses. A última vez
em que cortou o pagamento de
dividendos foi em 1922.
A GM disse que os cortes de
vagas de trabalhadores assalariados nos EUA e no Canadá e a
eliminação do dividendo trimestral de US$ 0,25 por ação
ajudarão a reduzir as despesas
operacionais anuais em US$ 10
bilhões. A empresa também
quer levantar até US$ 7 bilhões
por meio da venda de ativos.
Ela não divulgou quantos funcionários serão demitidos.
O aumento de recursos significa que a montadora terá dinheiro suficiente para operar
caso o mercado dos EUA recue
para 14 milhões de carros e caminhões comercializados durante este ano e no próximo,
volume inferior ao estimado
pelos analistas, afirmou o presidente-executivo da General
Motors, Rick Wagoner.
O novo pacote acontece também cerca de duas semanas depois de o banco Merrill Lynch
ter afirmado que a GM precisa
de uma injeção de capital de até
US$ 15 bilhões para garantir a
sua liquidez, sem os quais poderia até pedir concordata.
"As ações de hoje [ontem],
combinadas com as dos últimos anos, colocam-nos em posição de não apenas sobreviver
a esse período difícil nos Estados Unidos mas de sairmos como uma companhia enxuta,
forte e bem-sucedida", disse,
em comunicado, Wagoner.
No início de junho, o executivo da GM falou que a empresa
pretende aumentar o investimento em carros pequenos e
veículos de passageiros, reduzindo a sua dependência de picapes e utilitários esportivos de
grande porte -que consomem
mais combustível. Segundo ele,
a mudança no perfil dos consumidores americanos, provocada pelo aumento nos preços do
petróleo, não é "uma tendência
temporária" e "veio para ficar".
A GM teve prejuízo nos últimos três anos e a sua perda no
ano passado, de quase US$ 39
bilhões, foi a maior entre as
grandes empresas mundiais,
segundo a revista "Fortune".
A alemã Volks, que fechou
sua última fábrica nos EUA há
20 anos, anunciou que abrirá
uma nova unidade no Estado
do Tennessee, aproveitando a
desvalorização do dólar em relação ao euro.
Com a Bloomberg
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