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Vendas do comércio têm alta de 10,5% em maio
Inflação impulsiona receita de supermercados
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
As vendas do comércio varejista tiveram leve recuperação
em maio, com expansão de
0,6% na comparação com o
mês anterior, segundo o IBGE.
Em relação a igual período em
2007, houve alta de 10,5% -em
abril, as vendas haviam crescido 8,4% nesse confronto.
Embora não tenha tido participação decisiva sobre o volume de vendas em maio, o efeito
da inflação pôde ser notado
com mais intensidade sobre a
receita nominal de vendas de
supermercados e revendedores
de alimentos, que subiu 22,3%
na comparação com maio de
2007. Foi o segundo maior
crescimento da receita do setor
na comparação com igual período do ano anterior desde o
início da série - a maior alta foi
de 24,75%, em abril de 2003.
"Há influência da inflação sobre esse resultado, mas se deve
atentar que a receita tem, além
desse fator, o volume como
componente decisivo", afirmou
Reinaldo Silva Pereira, responsável pela pesquisa do IBGE.
Ao mesmo tempo, o volume
de vendas do setor cresceu em
ritmo menor, com 8,4% de expansão em relação a maio de
2007, recuperando o fraco desempenho de abril (0,5% a mais
do que em abril de 2007). Em
relação a abril, a alta foi de 1,1%.
No acumulado do ano, o setor
ainda tem elevação de 3,8% nas
vendas, e, nos últimos 12 meses, o crescimento é de 6,5%.
O resultado do comércio nos
primeiros cinco meses deste
ano, na comparação com o
mesmo período de 2007, revela
alta de 10,9%. Nos últimos 12
meses terminados em maio, a
expansão das vendas é de
10,3%. A receita nominal das
vendas do comércio em maio,
na comparação com abril, teve
crescimento de 1,3%; na comparação com maio de 2007, a
alta foi de 16,6%.
"A inflação também influenciou o resultado de abril, mas
em menor escala. Ainda não é
possível determinar o peso da
alta dos preços em maio, já que
o Dia das Mães tem um efeito
muito positivo", disse Pereira.
Para o economista-chefe da
consultoria GS&MD, Cesar Fukushima, o consumidor vem
priorizando a compra de alimentos em razão da inflação.
Segundo ele, isso pode ser notado pela desaceleração das vendas de artigos de uso pessoal,
que tiveram alta de 10,6% em
relação a maio do ano passado,
abaixo dos 27,6% verificados
em abril, e pelo tímido crescimento das vendas de artigos de
vestuário e calçados em pleno
mês de Dia das Mães -expansão de 3,6%. "Não apenas a inflação está contribuindo para
essa queda, mas principalmente os altos índices de endividamento da população", afirmou.
O consultor do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do
Varejo), Emerson Kapaz, considerou que a inflação e a elevação dos juros vão pressionar o
resultado do comércio no resto
do ano. Ele avaliou, no entanto,
que não haverá reversão do
quadro de crescimento, e sim
uma desaceleração.
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