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Commodities em
queda afetarão
AL, diz agência
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Estudo da agência de classificação de risco Moody's diz que
o crescimento econômico na
América Latina será prejudicado pela queda nos preços das
commodities nos mercados internacionais. Mas, diferentemente de outras crises, a região
estaria agora mais preparada,
com reservas e indústria, para
absorver o choque.
Segundo Alfredo Coutino,
economista-sênior para a América Latina, as exportações de
produtos primários da região
representou cerca de 45% do
total vendido nos últimos cinco
anos. Por outro lado, diz, as exportações de bens industriais
contaram 55% do total na região.
"Isso representa uma mudança estrutural a respeito das
proporções no início dos anos
90, quando exportações de básicos representavam 60% e de
manufaturados só 40%. Isso
prova que aqueles que ainda
acreditam que a América Latina ainda é uma república de bananas estão totalmente errados", afirma la o economista.
Segundo o estudo, a queda
nos preços de commodities vai
"indubitavelmente ter um impacto na região, mas não vai
causar uma crise como muitas
pessoas acreditam". Isso porque, argumenta Coutino, a queda nas vendas externas vai induzir menores gastos dos países. Ou seja, haverá menor
crescimento, mas sem crise.
O estudo cita os casos do Brasil e do Chile como países que
"economizaram" o excedente
obtido com as exportações das
commodities em tempos de alta para o período de vacas magras.
"Houve um aumento não
apenas nos investimentos de
infra-estrutura e programas
sociais mas também alguns governos puderam guardar parte
desses recursos externos em
reservas internacionais ou fundos soberanos, como no caso do
Chile e do Brasil", explica.
Coutino afirma que o preço
das commodities passa por
uma mudança estrutural e não
apenas transitória, já que as cotações estavam em patamares
muito altos e há uma tendência
firme de queda. Como resultado, os países latino-americanos
terão menos investimentos estrangeiros e seu crescimento
deve se limitar a 4,5%.
"A queda nos preços internacionais vai afetar apenas a performance da região em relação
ao crescimento adicional acima
da taxa potencial, estimada em
4,5%."
A Moody's é conhecida pela
concessão de ratings, como o
grau de investimento. Mas o estudo sobre a América Latina foi
produzido por uma subsidiária
da agência. O estudo é considerado independente e não reflete necessariamente a mesma
opinião da agência de rating.
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