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DESTINO VERDE-AMARELO
Seis em cada dez visitantes estrangeiros em 2003 escolheram o Brasil por indicação de parentes e amigos
Propaganda boca a boca atrai mais turistas
DA REDAÇÃO
Seis em cada dez turistas que
vieram do exterior ao Brasil no
ano passado escolheram o país
por informações que recebem de
parentes e amigos.
O dado consta em pesquisa
anual encomendada pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) sobre o perfil do turista estrangeiro que visita o Brasil. A taxa de 61,9% de influência de amigos é a maior desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1999.
Quem mais fica em média no
país são os italianos e os alemães:
19,4 e 19,3 dias em média, respectivamente. Os americanos aparecem como os que mais gastam,
com média de US$ 106,56 por dia
de permanência. E os alemães são
os que mais vêm para visitar familiares e amigos: 31,6%.
O levantamento dá pistas de
quem são os principais alvos a serem atingidos e como.
Tome-se como exemplo o turista inglês. Ele tem a segunda maior
renda per capita entre os estrangeiros que vêm ao país (US$
44.571,06/ano), gasto acima da
média global (US$ 89,16 por dia),
fica mais dias do que a média
(16,9) é o que mais se influencia
por televisão (15,6%) e revista
(7,8%) e o que menos decide vir
ao Brasil por aquilo que vê em catálogos (2,6%). Ou seja, é um turista -qualificado- para quem
as campanhas em revistas e televisão funcionam.
Usada para embasar os investimentos em atração de turistas estrangeiros, a pesquisa ainda traz
outros dados curiosos acerca do
viajante de fora que passeia no
país. Por exemplo: o que os visitantes mais reclamaram no ano
passado foi da sinalização turística, e não da segurança pública,
item que apareceu em terceiro lugar como problema de infra-estrutura do país.
A segurança sempre fora citada
como principal problema pelos
visitantes. E as cenas de ataque a
turistas em praias do Rio de Janeiro deve prejudicar o trabalho que
o Brasil vem fazendo para atrair
viajantes.
"Ajudar, nunca ajuda", disse
Márcio Favilla, secretário-executivo do Ministério do Turismo sobre o assunto. Apesar disso, ele relatou que a ocupação dos hotéis
cariocas no feriado de Nossa Senhora Aparecida chegou a 72%.
"Uma taxa boa para um meio de
semestre", afirmou.
Investimento
Para promoção do Brasil como
destino turístico internacional, o
Ministério do Turismo investiu
neste ano R$ 43,1 milhões até
agosto. O valor já supera o total
aplicado anualmente desde 1999.
Por promoção, segundo Favilla,
deve-se entender não só campanha publicitária em si como também presença em feiras internacionais do setor, viabilização de
vôos charters, escritórios de turismo montados em Lisboa, Paris,
Londres, Nova York e Frankfurt.
Para Leonel Rossi Jr., da Abav
(agências de viagem), a promoção
do Brasil no exterior está bem melhor. "Ainda falta muito, mas está
muito maior."
Os hotéis também sentem a melhora vinda de fora. "O turista interno propiciou pequeno crescimento, não significativo. A melhora é mais por conta da vinda de
mais turistas estrangeiros", disse
Luiz Carlos Nunes, presidente da
Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis).
No final do ano passado, entrou
em operação uma linha de financiamento especial para o setor,
para investimento em equipamentos e infra-estrutura, com o
aporte de R$ 200 milhões do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador), disse Frederico Costa, diretor do Departamento de Financiamento e Promoção de Investimento do Ministério do Turismo.
"Esperamos esgotar esses recursos num futuro próximo", diz ele,
sem definir, no entanto, exatamente o prazo.
Metas
Já há metas sendo alcançadas: a
assessoria de imprensa da Embratur informou que, até agosto, foi
acertada a realização de 22 feiras e
congressos internacionais no Brasil nos próximos anos -a meta
era conseguir atrair 20 eventos
nos contatos ao longo do ano.
Mas ainda há muito o que fazer.
Dados de 2002 da OMT (Organização Mundial do Turismo) mostram o Brasil na 40ª posição entre
os países com maior quantidade
de turistas estrangeiros e apenas
0,53% do fluxo mundial. É o país mais visitado da
América do Sul, mas ainda longe
dos números do México, por
exemplo, com 19,6 milhões de visitantes naquele ano, ante 3,783
milhões no Brasil.
E, segundo a OMT, 10% do PIB
mundial está concentrado em torno de atividades turísticas como
um todo -aí incluído tanto o de
negócio quanto o de lazer. No
Brasil, ainda não há um levantamento preciso, mas Favilla diz
que há estimativas preliminares
de que o turismo represente de
3,5% a 5,5% do PIB brasileiro. Ou
seja, uma participação bem menor na economia nacional do que
na do mundo.
O Plano Nacional de Turismo
define como meta registrar, em
2007, a entrada de 9 milhões de
turistas estrangeiros no país, o ingresso de US$ 8 bilhões e, com isso, a geração de 1,2 milhão de postos de trabalho.
Para ter uma idéia do salto pretendido, no ano passado o Brasil
teve 4,1 milhões de turistas internacionais, que registraram o ingresso de US$ 3,4 bilhões.
(FABÍOLA SALANI)
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