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MERCADO ABERTO
Seguro de exportação tem nova regra
Empresários brasileiros estão
preocupados com a possibilidade de o seguro de crédito
à exportação, o SCE, passar a
ser operado por seguradoras estrangeiras. Nos últimos seis anos,
esse seguro foi operado exclusivamente pela SBCE (Seguradora
Brasileira de Crédito à Exportação), um consórcio que conta
com a participação das maiores
seguradoras do país, mais o Banco do Brasil e o BNDES.
A primazia da SBCE pode acabar neste ano. O Diário Oficial da
União publicou ontem edital de
licitação do seguro de crédito à
exportação. O edital abre a possibilidade de outras seguradoras
controladas pelo capital estrangeiro e instaladas no país, como a
Hermes e a Secreb, começarem a
operar o seguro de crédito à exportação. O seguro cobre principalmente as exportações de produtos com alto valor agregado.
O edital de licitação divulgado
ontem foi interpretado em Brasília como mais um lance na queda-de-braço travada entre os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Os dois estavam discutindo um
acordo para que essa decisão de
abrir o seguro para licitação fosse
adiada para meados do ano que
vem, mas parece que não houve
uma conclusão. A Fazenda se antecipou e soltou ontem o edital.
Assustado com a possibilidade
do fim da SBCE, o empresário
Roberto Giannetti da Fonseca,
diretor da Fiesp, afirma que, na
semana que vem, durante a
Enaex (evento que reunirá exportadores), a Fiesp, a AEB e a
Funcex vão fazer uma manifestação contra a decisão do governo
de promover uma licitação do seguro de crédito à exportação. "O
nosso medo é o seguro, um instrumento tão importante para a
exportação, passar a ficar dependente dos humores do mercado
internacional", afirma.
A Fazenda alega, por sua vez,
que a decisão de promover a licitação foi tomada pelo fato de haver mais de uma empresa operando no mesmo mercado. Trata-se, segundo a Fazenda, de uma
exigência da lei de licitações. O
assunto, no entanto, é polêmico e
pode ter novos desdobramentos.
RELAÇÕES ESTREITAS
Com a intenção de estreitar
ainda mais as relações comerciais entre Brasil e Reino Unido, o presidente da Rolls Royce para a América Latina,
Francisco Itzaina, assumiu recentemente a presidência da
Britcham (Câmara Britânica
de Comércio). "A missão é eliminar todas as barreiras que
impeçam as relações entre os
países." Além da burocracia
fiscal, Itzaina, um uruguaio há
30 anos no Brasil, cita a nova
lei do gás, que regulamenta o
setor, como uma das maiores
preocupações das empresas
britânicas no país. Para ele, o
ritmo menor de crescimento
do país também prejudica.
"As companhias estrangeiras
olham os números do Brasil,
comparam e vêem que podem
ganhar mais em outros países." A Britcham tem cerca de
300 empresas associadas de
várias nacionalidades com negócios entre os dois países.
ÍNDICE CUSTOMIZADO
O índice DNA Brasil, uma parceria do instituto de mesmo nome com a Unesco e a Escola Família (governo de SP), começa a
ser customizado por escolas, comunidades e cidades. Um projeto-piloto acaba de ser implantado em Itapevi, em SP. Em 2005, o
índice nacional ficou em 49,3%,
ante os 100% de um país socialmente justo e com qualidade de
vida de Primeiro Mundo.
REGULAMENTAÇÃO
Cerca de 30 empresas de tratamento de resíduos industriais
aderiram ao programa de conformidade da Abetre (entidade
do setor), que pretende regulamentar a cadeia produtiva.
LÍDERES EM CAMPO
Alguns dos principais executivos e empresários do país disputam jogo beneficente no sábado,
na Vila Belmiro, em Santos, com
ex-atletas como Serginho Chulapa e Edu. O objetivo do evento é
chegar a 100 t de alimentos para
doação a famílias carentes.
MENOR CUSTO
O BankBoston acaba de lançar
no Brasil um produto que dispensa as empresas clientes da
necessidade de ficarem conectadas ao "office banking" para receberem informações bancárias
on-line, em seus servidores.
SAÚDE CLASSE A
Operadora de saúde especializada em atender clientes
de alto poder aquisitivo, a
Omint prevê um crescimento
de 20% da receita neste ano.
Segundo André Coutinho, diretor da empresa de origem
argentina, esse mercado, porém, não tem crescido nos últimos anos. "A mudança de
classe social depende da economia, e, ultimamente, o
crescimento não tem sido
grande a ponto de elevar as
pessoas para a classe A." Mesmo assim, a empresa dobrou
de tamanho nos últimos quatros anos. Ele explica que a
expansão se deve mais à conquista de clientes da concorrência do que ao aumento do
mercado. O diretor diz que,
para conquistar clientes mais
abastados, é preciso oferecer
um serviço individualizado.
DESAQUECIMENTO
A Febraban também já detecta
um arrefecimento do crescimento
do PIB para 2005. A previsão de 51
dos maiores bancos do país caiu de
3,34% em outubro para 3,23%
neste mês. A queda foi geral: na
agricultura, de 3,01% para 2,89%;
na indústria, de 4,28% para 4,17%,
e, em serviços, de 2,57% para
2,54%. Segundo Roberto Troster,
economista-chefe da entidade, a
alta do crédito deve fechar 2005 e
2006 com taxas semelhantes:
18,02% neste ano e 17,23% em
2006. Já o investimento direto de
empresas no país deve encerrar o
ano em US$ 15,83 bilhões.
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