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ECONOMIA GLOBAL
Resultado no 3º trimestre em relação ao mesmo período de 2004 foi puxado pela atividade industrial
Argentina sinaliza expansão de até 8,5%
DE BUENOS AIRES
A economia argentina cresceu
entre 8% e 8,5% no terceiro trimestre do ano, em comparação
com o mesmo período do ano
passado, puxada pelo bom desempenho dos setores automobilístico, de construção e o agronegócio exportador.
Os números foram publicados
pelos principais diários argentinos, mas os índices oficiais só serão divulgados hoje pelo Indec, o
instituto oficial de estatísticas. O
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país vizinho fecharia o ano acima de 8%.
Um dos principais fatores que
contribuíram para o bom resultado foi a atividade industrial. No
mês de setembro, a indústria cresceu 8,6% em relação a setembro
de 2004. Em comparação a agosto
passado, a indústria teve avanço
de 1,2%, segundo o diário argentino "La Nación".
Boa parte do índice se deve ao
setor automotivo, que produziu
mais para o mercado interno e
também para exportação -principalmente para países de fora do
Mercosul, como o México.
Também segundo os principais
jornais e analistas, de outubro a
dezembro o crescimento do PIB
argentino seria de 6,5% se comparado ao final de 2004.
A queda no nível de atividade
no final do ano já será um reflexo,
dizem os analistas, de medidas
restritivas do governo para atacar
a inflação, que fechará o ano em
mais de 11%. Na semana passada,
o Ministério da Fazenda baixou
norma que suspende a restituição
de impostos a exportadores -na
prática, encarece a operação de
vender ao exterior.
Antes, no final de outubro, o
ministro Roberto Lavagna já havia anunciado um congelamento
do nível de gasto público. Com o
caixa do governo fechado, perderá fôlego um dos principais impulsores do crescimento: a construção, que puxou o crescimento
com obras viárias e de infra-estrutura pagas pelo governo.
Inflação
A principal preocupação na
economia continua sendo a inflação. Diante de uma avaliação do
mercado que considera as medidas do governo para conter a alta
dos preços -e principalmente
para conter a consolidação da expectativa de inflação futura- heterodoxas e pouco eficazes, Lavagna tem discutido publicamente com representantes de setores
como da carne e alimentos em geral -afetados pelo maior custo
de exportação. Também tem atacado centrais sindicais em campanha por melhorias de salários.
Outra preocupação é a assinatura ou não de um novo acordo do
FMI (Fundo Monetário Internacional) com o país, para cobrir
compromissos de pagamento ao
organismo de US$ 1,6 bilhão em
2006. Apesar das declarações duras de Lavagna, que tem dito que
não vai aceitar ingerência do Fundo na política econômica -como
valorização do câmbio ou aumento da taxa de juros-, ontem o
porta-voz do FMI, Thomas Dawson, disse que as relações com a
Argentina são "normais" e que ficarão "felizes" em responder a
uma proposta do país.
Apesar dos bons números de
crescimento, no Orçamento 2006
do governo argentino se estima
um crescimento de apenas 4%
-o que deve ser ultrapassado.
Para analistas, o índice demonstraria também uma intenção do
governo de diminuir as expectativas de gasto público e, com isso,
as expectativas de inflação.
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