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ENERGIA
Concessão é para construir e operar as linhas, a serem feitas em sete Estados; vence quem oferecer a menor tarifa
Aneel leiloa 21 novas linhas de transmissão
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
O leilão de novas linhas de
transmissão que a Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica) realiza hoje, a partir das 10h na Bolsa
de Valores do Rio, terá a participação de 30 empresas nacionais e
estrangeiras, individualmente ou
agrupadas em consórcio.
As concessões destinam-se a
construção, operação e manutenção de 21 linhas de transmissão e
oito subestações a serem construídas em Pará, Tocantins, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
As linhas de transmissão interligam as regiões do país e possibilitam o escoamento da produção
de locais onde há sobra de energia
para onde há falta. Esse leilão visa
aumentar a capacidade de transmissão do Sistema Interligado
Nacional, com foco sobretudo no
escoamento do Norte para o Sudeste, onde o mercado é maior.
A Aneel estima que as empresas
investirão cerca de R$ 2,8 bilhões
na construção das novas linhas,
criando 8.800 empregos diretos e
20 mil indiretos. A extensão das linhas é de aproximadamente
3.000 km e o prazo para que entrem em operação é de até 24 meses. A previsão é que os contratos,
reajustados a partir deste ano
com base no IPCA, sejam assinados em fevereiro de 2006. As concessões valem por 30 anos.
Entre os consórcios qualificados para a disputa estão o Tocantins -formado pela Eletronorte,
Chesf, Engevix, Camargo Correa
e Queiroz Galvão- e o Bandeirante -composto pela LT Bandeirantes, Empa e Fuad.
As linhas e subestações foram
divididas em sete lotes para o leilão. Pelas regras, vence quem oferecer a menor tarifa, ou seja, a menor receita anual permitida para a
prestação do serviço.
O lote C, disputado por nove
grupos, é o que tem o maior investimento estimado pela Aneel,
de R$ 653 milhões. A receita máxima anual permitida também é a
mais elevada, de R$ 116.548.510.
Assim, os participantes terão que
fazer ofertas com deságio, abaixo
desse valor.
No leilão do ano passado, o deságio médio foi de 35%. Ganha a
concessão quem oferecer a menor
quantia. O lote C é composto por
linhas de transmissão que fazem a
interligação Norte-Sul 3, no trecho 3, passando por Goiás, Minas
Gerais e DF.
A receita total máxima que será
destinada aos ganhadores do leilão (que vão operar as linhas) é de
R$ 511,5 milhões. Os valores que
garantirão essa receita são recolhidos mensalmente dos usuários da rede, como distribuidoras
e geradoras.
As empresas confirmaram a
participação na disputa, com os
depósitos na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia
(CBLC) das garantias financeiras
previstas no edital. Apesar de
acontecer no Rio, o leilão será
conduzido pela Bolsa de Valores
de São Paulo.
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) abriu um programa para
financiar os investimentos nas linhas de transmissão, com recursos para até 80% do valor do projeto. De 1998 até o ano passado, a
Aneel já licitou 40 empreendimentos de transmissão, com
mais de 13 mil km de extensão. O
sistema todo tem 90 mil km de
extensão.
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