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DEBATE ECONÔMICO
Governo Lula faz estréia no Fórum Nacional
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Principal ambiente de debate
econômico do país nos últimos
anos, o Fórum Nacional terá em
sua 15ª edição, que começa na terça-feira, no Rio, a mesma questão-chave dos cinco anos anteriores: o que fazer para o país retomar o desenvolvimento sustentável? A mudança ficará por conta
dos presentes. Saem os integrantes da equipe econômica de FHC
-nenhum foi convidado- e entram expoentes do governo Lula.
Apesar da ausência de figuras
como o ex-ministro da Fazenda
Pedro Malan, que sempre garantiu polêmica em seus embates
com o senador Aloizio Mercadante (PT), o ex-ministro João
Paulo dos Reis Velloso, organizador do evento, diz que as discussões serão acaloradas.
"A partir de lideranças de pensamentos diferentes é possível
chegar a convergências. O fórum
foi criado com a concepção de
pluralismo", disse.
"Não tem gente do governo passado porque [este governo] está
muito no começo. Iria levantar
mais fumaça do que fogo, com cada um defendendo o que fez e o
outro lado atacando o que deixou
de ser feito", afirma Reis Velloso,
ao justificar as ausências.
Neste ano, os principais debatedores estão do mesmo lado. Mesmo assim, diz Velloso, eles têm
opiniões que muitas vezes não
coincidem. É o caso do secretário
de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa,
que abrirá o fórum na terça-feira
debatendo a agenda do governo
para o crescimento sustentado ao
lado de Mercadante e do economista Ricardo Carneiro, responsável pelo plano de governo de
Lula na sua primeira campanha
presidencial (1989).
Autor da chamada agenda perdida, que recomenda a focalização dos gastos sociais, Lisboa foi
alvo de crítica de setores do PT e
de economistas ligados ao partido, como Maria da Conceição Tavares, defensora de programas de
universalização. Mais ortodoxo,
Lisboa também tem diferenças
ideológicas com Mercadante.
No encerramento, na quinta,
estarão presentes os ministros
Antonio Palocci Filho (Fazenda) e
Guido Mantega (Planejamento) e
o presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles.
Palocci falará sobre as bases da
política econômica do novo governo. Mantega abordará o retorno de um modelo de planejamento estratégico. Um dia após a reunião do Copom que decidirá a
trajetória dos juros, Meirelles falará sobre política monetária.
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