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GM dá prazo a sindicato sobre novo investimento
Para investir R$ 800 mi, empresa quer corte salarial
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A GM (General Motors) deu
prazo até amanhã para que o
Sindicato dos Metalúrgicos de
São José dos Campos (91 km de
SP) aceite as condições impostas pela montadora para investir US$ 500 milhões (R$ 800
milhões) na unidade, na produção de um novo modelo.
A montadora quer reduzir
salários e implantar um sistema de banco de horas na fábrica. Caso não haja acordo, a direção da GM afirma que começará as negociações para construir sua quarta unidade no
país -há outras em São Caetano do Sul (Grande São Paulo) e
em Gravataí (RS). Diz ainda
que, sem o investimento, a unidade de São José dos Campos,
onde trabalham 9.000 pessoas,
pode ser fechada.
A GM exige redução de R$
1.300 para R$ 1.200 no piso salarial e de R$ 2.500 para R$
1.800 no teto salarial. A alteração valeria apenas para novos
funcionários da fábrica de São
José. A montadora afirma que
esses valores já são praticados
em São Caetano do Sul e que o
custo da unidade de São José tira competitividade da empresa.
No início do ano, a GM impôs
as mesmas condições na tentativa de abrir um segundo turno
de produção do Corsa em São
José. A proposta foi rejeitada
pelo sindicato, e as 1.500 novas
vagas foram transferidas para
São Caetano do Sul.
Nos últimos dias, a GM e o
Sindicato dos Metalúrgicos
acirraram a disputa em torno
da redução dos direitos dos
funcionários. O sindicato distribuiu 9.000 DVDs com ataques à montadora. O vídeo
opõe os recordes de produção e
de vendas da GM no Brasil a reclamações de funcionários da
fábrica de Gravataí sobre más
condições de trabalho.
Em propagandas veiculadas
na mídia de São José, a GM informa que contribui para "melhorar a qualidade de vida" dos
moradores da cidade, por meio
de impostos que paga à prefeitura e da geração de empregos.
Ontem, representantes do
sindicato se encontraram com
deputados na Assembléia Legislativa de São Paulo para pedir a interferência estatal na
disputa.
"O prazo dado pela GM não é
suficiente para a negociação.
Queremos que o Estado bloqueie os incentivos dados à
montadora, caso ela continue a
fazer essas ameaças", disse Vivaldo Araújo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos. A GM
não quis comentar o caso.
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