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XADREZ COMERCIAL
Blocos relatam avanços em negociações que poderão acrescentar US$ 2,5 bi às exportações brasileiras
Mercosul e UE ficam mais perto de acordo
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
A delegação do Mercosul deve
chegar hoje a Bruxelas ansiosa
por fechar logo a negociação com
a União Européia, de olho num
pacote que acrescentará US$ 2,5
bilhões às exportações brasileiras
só na área do agronegócio.
O cálculo sobre os ganhos é de
Antonio Donizeti Beraldo, representante da CNA (Confederação
Nacional da Agricultura), e torna
fácil de entender a sua afirmação
de que "o setor tem o maior interesse na conclusão bem-sucedida
da negociação".
Na área pública, Paulo Venturelli, principal negociador do Ministério da Agricultura brasileiro,
confirma a proximidade do acordo: "Há uma certa ansiedade dos
dois lados para acabar logo com
essa negociação".
Do lado europeu, a tônica é parecida. "Depois da freada em Buenos Aires e São Paulo, as negociações vão na boa direção. As duas
rodadas técnicas deste mês aplainaram um pouco o terreno", diz
Arancha González, porta-voz da
UE para comércio.
González refere-se ao relativo
fracasso da reunião do CNB (Comitê de Negociações Birregionais,
principal instância técnica) realizada em Buenos Aires em junho e
de conversas havidas em São Paulo, à margem da conferência da
Unctad, o braço da ONU para comércio e desenvolvimento.
A partir de amanhã, em Bruxelas, a negociação recomeça com
um novo encontro do CNB, que
deveria ser o último antes de as
partes anunciarem um acordo final, previsto para outubro.
Já ficou decidido que haverá novas reuniões em agosto, setembro
e outubro, o que o principal negociador argentino, o vice-chanceler
Martín Redrado, interpreta como
um sinal da ansiedade das partes
por fechar a negociação, tal como
diz o brasileiro Paulo Venturelli.
Redrado também afirma -e o
Itamaraty confirma- que as divergências em curso entre o Brasil
e a Argentina em torno da suposta
invasão de produtos brasileiros
no país vizinho não alteram de
forma nenhuma as negociações
do bloco com os europeus.
"O Mercosul anda a 150 quilômetros por hora em seu relacionamento externo e sempre consegue uma síntese entre seus quatro
membros na hora de apresentar
propostas", diz Redrado. "Só para
dentro do bloco é que anda a 20
quilômetros por hora."
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