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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Venda da Aracruz para VCP inspira novo modelo de fusãoA decisão da CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) sobre o
controle acionário na Aracruz,
caso se confirme a venda para a
VCP (Votorantim Celulose e
Papel), servirá de modelo para
futuras negociações de fusões.
Essa é a tese da advogada Érica Gorga, professora da Fundação Getulio Vargas especializada em mercado de capitais.
Segundo ela, o controle acionário das empresas se dispersou. Em 2004, o maior acionista, que chegava a ter, em média,
70% do capital votante da empresa, agora, no Novo Mercado
(criado em 2000 e que torna as
companhias mais transparentes), tem cerca de 36%.
Érica Gorga diz que a abertura para sócios minoritários ampliou os acordos de acionistas
-que protegem os sócios menores e podem regular como o
controle acionário é exercido.
De 84 companhias listadas
na Bolsa sem acionista com
maioria das ações, 42 têm acordos de acionistas, segundo Gorga. Dessas 42, só 3 não possuem
acordos que regulamentam como será o voto nas assembléias
gerais e apenas 10 não disciplinam como o controle das ações
será conduzido.
"A nova realidade brasileira
exige um controle compartilhado das empresas listadas na
Bolsa", diz a professora.
No caso Aracruz, a CVM deve
avaliar se haverá ou não mudança no controle da empresa
que eventualmente será adquirida pelo grupo Votorantim. "A
CVM até pode decidir não se
manifestar, mas, nesse caso,
também demonstrará uma posição: a de ser mais liberal ao
não ver troca de controle."
Neste mês, a VCP anunciou
oferta para assumir o controle
da Aracruz. Se o negócio se concretizar, pode assumir 56% do
capital votante da companhia.
Para Gorga, a compra mudaria o controle acionário. Quando isso acontece, os sócios têm
direito a receber um prêmio
-preferência para comprar as
ações ou podem vendê-las pelo
preço negociado com a VCP
(provavelmente maior que o de
mercado). "O caso moldará outros de empresas que também
têm acordo acionário que compartilha o controle. Essa situação é a que predomina."
Rede Burger King vende, em média, 50% a mais no Brasil
O Burger King quer dobrar
de tamanho no Brasil em até
dois anos e pretende se consolidar no Rio de Janeiro, que, segundo a empresa, é o mercado
mais competitivo em que a cadeia já entrou no país. John
Chidsey, presidente mundial
da rede, esteve na capital fluminense para abrir o milésimo
restaurante na América Latina
e o primeiro no Rio.
A rede chegou ao Brasil em
2004 e, em média, dobra o número de restaurantes abertos
por ano desde então. São 56
restaurantes em 14 Estados.
O resultado de novas lojas
ainda não chega perto do obtido no México, terceiro país onde a rede mais cresce, com 40 a
45 unidades inauguradas ao
ano desde 2002, mas as vendas
brasileiras são expressivas.
"Em média, nossas vendas no
Brasil estão aproximadamente
50% maiores do que no resto da
América Latina", diz Armando
Jacomino, presidente para a
América Latina.
A rede intensificará o avanço
no Brasil e deve chegar a cem
restaurantes em dois anos. O
investimento para alcançar o
projeto é de R$ 100 milhões. No
Rio de Janeiro, o objetivo da
companhia é inaugurar 35 lojas
no Estado em cinco anos.
VRUUUM VRUUUM
A Harley-Davidson
brasileira vai começar a
exportar as roupas da
marca fabricadas no
país. O Brasil é o primeiro fora dos Estados Unidos a receber permissão
para exportar. A princípio, os focos serão a
América Latina e a Ásia.
Segundo Carlos Byron,
diretor da área de roupas
da empresa, nessas regiões, os consumidores
querem opções com modelagem mais justa e estilo mais elaborado. "Os
EUA vão ficar com as exportações de roupas básicas e com a produção
em massa. Estamos nos
especializando no que
não é básico, com aplicações e técnicas de estamparia sofisticadas."
NO CARDÁPIO
A Habix, que atua no
mercado de crédito
imobiliário, oferecerá
financiamentos de
imóveis de diversos
bancos, como Real,
Unibanco e HSBC. "Vamos começar a oferecer o conceito de loja
multimarca de crédito
imobiliário no país",
diz Alexandre Pádua,
diretor-presidente da
empresa. Segundo o
executivo, o serviço facilitará a comparação
de condições oferecidas
por instituições financeiras. Em 12 meses,
deve haver 17 lojas da
Habix no Brasil.
NO ALVO
Até o final do ano, a meta
da Caixa Econômica Federal para investimento em
habitação é de R$ 20,4 bilhões. Até quarta, foram
contratados R$ 12,19 bi.
ECONOMIA
Paulo Bernardo (Planejamento), Octávio de Barros (Bradesco), Regina Nunes (Standard & Poor's) e
Maria Helena Santana
(CVM) estarão na semana
da economia da Faap a
partir de hoje em SP.
TRAVESSEIRO
As vendas de cama, mesa
e banho caíram 2,5% na
primeira quinzena ante
igual período anterior, diz
o sindicato do setor.
TABELIONATO: PROTESTO DE TÍTULOS CRESCE 3,65% EM SÃO PAULO
O número de títulos protestados em São Paulo chegou a 68.534 no mês passado, alta de 3,65% ante junho,
segundo o Instituto de Estudos de Protestos de Títulos.
A explicação do instituto é
que o total de títulos apresentados ao Serviço Central
de Protesto de Títulos voltou a subir ao maior nível
desde janeiro, de 202.343
em julho ante 174.757 no
mês anterior. Os cancelamentos de títulos bateram
recorde no ano em julho
-30.190. Cresceu o número
de títulos novos, notas promissórias e duplicatas protestados, mas caiu o de cheques e o de letras de câmbio.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e MARINA GAZZONI
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