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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
BC não vai dormir no ponto, diz Meirelles
Para uma platéia de altos
executivos do mercado financeiro, ontem de manhã, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, manifestou confiança no sucesso da política
monetária. Ele afirmou que o
Banco Central irá conseguir
trazer a inflação de volta para o
centro da meta de 4,5% em
2009, como aposta o mercado.
A expectativa de inflação do
Boletim Focus do Banco Central é de 5,8% para 2008 e de
4,6% para 2009.
Meirelles transmitiu uma série de recados. Afirmou, por
exemplo, que o Banco Central
não vai deixar a alta da inflação
atingir os preços no varejo, o
chamado "pass-through" (repasse). Ele disse que o Banco
Central irá agir a tempo para
evitar um descontrole inflacionário.
"O Banco Central não vai
dormir no ponto", afirmou
Meirelles, cuja apresentação
foi no escritório de advocacia
Demarest & Almeida, em São
Paulo. "Não vamos permitir a
repetição do que aconteceu na
década de 70."
Segundo Meirelles, o mercado confia no Banco Central,
tanto que as previsões dos analistas são que a inflação fique
em torno de 4,5% de 2009 a
2012. Para ele, essa é a melhor
garantia de que o mercado sabe
que o Banco Central é comprometido com o regime de metas.
Meirelles também comentou
a crítica a respeito de a taxa de
juros ser exagerada no Brasil.
Ele disse, no entanto, que a taxa
média de juros está caindo nos
últimos anos e afirmou, em nome do Copom, que o que define
a taxa de juros é a inflação.
"Se o Banco Central for leniente e praticar uma taxa baixa de juros, a inflação vai estar
acima do piso", diz Meirelles.
O presidente do BC concorda
com o fato de se praticar uma
taxa de juros muito alta no Brasil, mas ele diz que há razões
históricas para isso. O Brasil sofreu diversas crises cambiais e
foi um dos países que mais tempo viveram a hiperinflação.
Os executivos presentes ao
encontro gostaram da apresentação de Meirelles, principalmente pelo fato de ele ter dito
que o Banco Central não vai
dormir no ponto. "Até porque é
a única parte do governo que
está acordada para o problema
da inflação", comentou um dos
executivos à saída do encontro.
IMPERTINENTE
Mesmo com um repertório de piadas que abusam de
machismo, preconceitos sobre sexo, religião, Aids e uma
lista de deselegâncias, os personagens da série de animação da TV americana "Family Guy" não saem dos anúncios publicitários nos EUA. Segundo o "New York Times",
nos últimos meses, campanhas de marcas como Coca-Cola, Subway e White Castle recorreram aos personagens.
BEM-VINDO
Desde ontem, data oficial
do centenário da imigração
japonesa, a Embratur entrega aos turistas do Japão, no
aeroporto de Guarulhos, um
certificado que lembra a data. A ação vai até julho. Os japoneses foram os principais
visitantes asiáticos no Brasil
em 2007. Os japoneses gastam, em média, US$ 1.800
por viagem ao exterior. Os
destinos preferidos por eles
no país são São Paulo, Foz do
Iguaçu e Manaus. Segundo a
Embratur, dos 16,5 milhões
de japoneses que viajam ao
exterior anualmente, quase
1 milhão tem grande interesse em viajar para o Brasil.
PAGAMENTO
O Santander, depois de
conquistar a folha de pagamento da Nestlé, fechou
contrato com o Saint-Gobain, dono de empresas como Brasilit, Quartzolit e
Santa Marina. Fará pagamento de mais de 12 mil funcionários. O Santander venceu disputa com o Bradesco
que presta serviços bancários ao Saint-Gobain hoje.
DISCIPLINA
O governador de Santa
Catarina, Luiz Henrique da
Silveira (PMDB), cancelou
sua agenda de amanhã para
assistir à palestra de Ram
Charan, guru de executivos
de empresas como GM,
KLM, DuPont e Bank of
America. O indiano, da Harvard Business School, fala
sobre disciplina para ter resultados, em Joinville.
EM AÇÃO
A General Motors do Brasil atingiu 70 mil pessoas beneficiadas com ações de responsabilidade social realizadas no Brasil e na Argentina.
O Instituto Geral Motors recebe investimentos anuais
de US$ 4 milhões.
À MESA
O Departamento de Comércio dos EUA -braço do
consulado americano- ajudará empresas norte-americanas de olho em franqueados brasileiros. As interessadas são Wendy's, Carl's Jr.,
Cold Stone Creamery,
Crestcom, La Salsa, Planet
Beach, Right at Home etc.
LIGAÇÃO
Roberto Lima, presidente
da Vivo, está na próxima edição da revista "Ibef News",
que circula entre executivos
de finanças. Na edição, Lima
diz que o setor de telecomunicações móveis no país
apresenta a terceira maior
carga tributária do mundo,
atrás apenas de Turquia e
Uganda. "Em média, 43,6%
do que o consumidor paga
por serviços de telecomunicações refere-se a impostos.
Ou seja: de cada R$ 100, R$
43,60 são tributos federais,
estaduais e municipais. É
uma carga que interfere negativamente na necessidade
de universalização dos serviços", afirma.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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