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México fecha acordo para congelar preço de alimentos
Acerto entre governo e indústria inclui cerca de 150 itens, como sucos e feijão
No mês passado, governo de
Calderón já tinha anunciado medidas como o fim dos impostos de importação de cereais como arroz e trigo
Ronaldo Schemidt/France Presse
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Comerciante arruma balcão com chilis em mercado na Cidade do México; inflação supera meta
DA REDAÇÃO
O governo mexicano anunciou um acordo com a indústria
para congelar o preço de cerca
de 150 alimentos, em uma tentativa de conter as pressões inflacionárias no país. Nos últimos meses, vários países, querendo impedir o aumento dos
preços, têm tomado medidas
como a elevação dos impostos
de exportação de alimentos ou
até mesmo a suspensão das
vendas para fora.
O congelamento mexicano
valerá até 31 de dezembro e inclui produtos como sucos, feijão, sardinha enlatada e frutas
em conserva. Outros itens, como azeite de cozinha e farinha
de trigo, continuarão com os
seus preços estáveis pelo menos até o final do mês que vem.
O congelamento vale apenas
para algumas marcas específicas, de acordo com o pacto feito
entre governo e empresários.
O presidente Felipe Calderón disse durante o anúncio
que seu governo "continuará
trabalhando fortemente para
evitar que essa situação afete o
bolso dos mexicanos, especialmente dos que menos têm". Ele
atribuiu o aumento dos preços
no país à alta "significativa" dos
alimentos em todo o mundo
nos últimos meses.
"Ao se manterem fixos, estáveis, os preços máximos desses
produtos, vai se permitir verdadeiramente fazer uma enorme
contribuição de apoio à economia familiar", afirmou Calderón no evento que reuniu representantes da indústria.
A inflação anual mexicana
chegou no mês passado a
4,95%, atingindo o seu maior
nível desde dezembro do ano
passado e superando a meta do
banco central do país, que é de
3%, com margem de tolerância
de um ponto percentual para
cima ou para baixo.
O acordo com a indústria é
mais uma das ações tomadas
recentemente pelo governo
Calderón para impedir o aumento da inflação no país. No
mês passado, o governo mexicano eliminou os impostos de
importação de produtos como
milho, arroz, trigo e fertilizantes, além de reduzir pela metade os tributos sobre o leite em
pó vindo de fora. O milho é usado na fabricação das tortilhas,
base da cozinha mexicana.
O pacote anunciado em maio
também envolve o aumento da
ajuda governamental às famílias mais pobres (medida que
deve beneficiar cerca de 25% da
população), a criação de uma
reserva estratégica de milho, o
congelamento dos preços da farinha de milho e do leite vendidos pelo Estado e a manutenção dos subsídios da gasolina,
do diesel e do gás de cozinha
-medida que custa ao governo
cerca de US$ 19 bilhões ao ano.
Histórico
Não é a primeira vez que o
governo mexicano toma medidas para conter a elevação da
inflação. Em setembro do ano
passado, Calderón já tinha suspendido o aumento dos preços
dos combustíveis e da energia
elétrica que foi aprovado pelo
Congresso e que deveria começar a valer ainda em 2007. A
elevação seria progressiva (levaria 18 meses, a partir de outubro do ano passado, até chegar
ao seu teto), mas o presidente
mexicano decidiu adiar a sua
aplicação para este ano.
Também em 2007, em janeiro, pouco depois da posse de
Calderón, vários setores populares fizeram protestos contra
os aumentos dos preços de produtos alimentícios, principalmente a tortilha.
Com agências internacionais
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