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Crise afeta balanços no 2º tri de ícones da economia dos EUA
Grandes empresas como Coca-Cola, Microsoft e Citigroup registram prejuízos ou lucros abaixo dos previstos pelo mercado
Ações do Google caíram 9,8% ontem e tiveram a maior queda desde 2004, quando começaram a ser negociadas em Bolsa
DA REDAÇÃO
O prejuízo do Citigroup no
segundo trimestre, apesar de
menor do que o esperado, mostra o período ruim pelo qual
passam grandes empresas
americanas, abaladas com a crise pela qual passa o país. Companhias como Google, Coca-Cola e Microsoft tiveram queda
nos seus lucros ou resultados
inferiores aos esperados.
O Citigroup perdeu US$ 2,5
bilhões no segundo trimestre
deste ano e já acumula prejuízo
de US$ 17,4 bilhões desde setembro do ano passado -nos
três primeiros meses deste ano,
a perda foi de US$ 5,1 bilhões. O
prejuízo de abril a junho de um
dos maiores bancos dos Estados Unidos foi inferior ao esperado por analistas, mas é grande o contraste com o resultado
do mesmo período do ano passado, quando a crise nos mercados parecia algo distante: lucro
de US$ 6,2 bilhões.
Boa parte dessas empresas
tem grande presença nos mercados internacionais, o que
acaba diminuindo sua exposição à desaceleração dos EUA,
mas elas já reclamam do mercado interno, mostrando não
estarem imunes aos problemas
na principal economia mundial. "Forte crescimento internacional assim como aumento
sustentado no tráfego nos sites
do Google nos impulsionaram
para outro forte trimestre, apesar de um ambiente econômico
mais desafiador", disse Eric
Schmidt, presidente-executivo
da empresa de tecnologia.
As ações da Google tiveram
ontem a sua maior queda desde
que elas começaram a ser negociadas em Bolsa, em 2004. A
desvalorização de 9,77% foi reflexo do balanço do segundo
trimestre, divulgado após o fechamento do pregão de anteontem. O avanço de 34,8% no
lucro, para US$ 1,25 bilhão, foi
considerado insuficiente para
os investidores.
Situação parecida com a da
Microsoft, que ganhou US$ 4,3
bilhões entre abril e junho, um
crescimento de 42% na comparação com os mesmos meses de
2007. Como aconteceu com o
Google, uma das preocupações
é que as vendas nos EUA estão
se desacelerando. Ontem, as
ações da companhia de tecnologia caíram 6,03%, o maior recuo desde o final de abril.
"Para qualquer companhia
dos Estados Unidos, a parte doméstica dos seus produtos estará sob pressão", disse Brian
Rauscher, diretor da Brown
Brothers Harriman. "O consumidor americano está sendo
espremido", falou à Bloomberg.
Os consumidores americanos, cujos gastos representam
cerca de 70% do PIB do país,
enfrentam problemas como a
inflação, desemprego, crise no
mercado imobiliário e aperto
no crédito pelos bancos. A inflação, por exemplo, teve em junho a sua maior alta em quase
três anos. O avanço nos preços
significa que as famílias precisam gastar uma maior parte do
seu salário caso queiram manter o seu nível de consumo.
Outra empresa que foi afetada pela diminuição nos gastos
das famílias americanas foi a
Coca-Cola. No segundo trimestre, o seu lucro recuou 23%, para US$ 1,42 bilhão. "Nossos resultados foram liderados mais
uma vez pelas nossas operações internacionais e conseguimos manter o volume na América do Norte apesar dos desafios significativos", afirmou
Muhtar Kent, principal executivo da empresa.
A General Motors, a maior
montadora mundial e um dos
símbolos da economia americana, ainda não divulgou o seu
resultado do segundo trimestre, mas suas vendas nos EUA
apontam as dificuldades da empresas. Apenas em junho, elas
recuaram 18%, com os consumidores buscando carros mais
econômicos, devido à alta nos
preços do combustível.
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