São Paulo, sábado, 19 de julho de 2008

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Bancos se recuperam, mas Bovespa cai na semana

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A recuperação do setor bancário não foi suficiente para garantir ganhos à Bolsa de Valores de São Paulo na semana, que encerrou o período com baixa de 0,27%. No pregão de ontem, a perda registrada pela Bovespa ficou em 0,20%.
Alguns resultados trimestrais melhores que o esperado nos Estados Unidos, como o anunciado ontem pelo Citigroup, permitiram que os bancos se recuperassem nos últimos pregões, movimento que foi acompanhados pelas instituições financeiras locais.
As ações preferenciais do Itaú foram o principal destaque e subiram 10,86% na semana. Logo atrás, apareceram os papéis preferenciais do Bradesco, com alta de 8,68%, e os units do Unibanco, com ganho de 7,31%. O papel ordinário do Banco do Brasil teve valorização de 4,83% na semana.
"O setor bancário está com muitas oportunidades interessantes e que podem ser aproveitadas na Bolsa", afirma Rafael Moysés, gestor da corretora Umuarama.
As ações do segmento bancário apareceram como destaque, ao lado do elétrico, em relatório divulgado ontem pelo Morgan Stanley, no qual a instituição financeira decidiu elevar sua recomendação para o mercado brasileiro para "acima da média". Em outras palavras, sinalizou que ações brasileiras podem ser um bom negócio.
O mercado norte-americano teve resultados distintos ontem, influenciados por notícias corporativas. O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações de maior liquidez, teve alta de 0,44%. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq, dos papéis de empresas de alta tecnologia, terminou com queda de 1,28%. Os balanços decepcionantes de Microsoft e Google afetaram o desempenho da Nasdaq.
Apesar de o resultado do índice Ibovespa não ter sido muito animador na semana, 47 de suas 66 ações encerraram o período com ganhos.
Além dos papéis do setor bancário, as ações PN da TAM e ON da Natura chamaram a atenção, com valorizações na semana de 16,24% e 13,05%, respectivamente.
O resultado da Bolsa paulista não foi melhor na semana porque as ações de Vale e Petrobras, as de maior peso na composição do Ibovespa, terminaram o período com quedas expressivas.

Decepções
Na semana, as ações da Vale acumularam perdas de 8,29% (ordinárias) e 6,49% (preferenciais "A"). Já as da Petrobras recuaram 6,97% (ordinárias) e 5,91% (preferenciais).
O enfraquecimento do petróleo no exterior foi um fator de peso no resultado dos papéis da Petrobras. O barril do petróleo encerrou negociado ontem a US$ 128,88 em Nova York, em baixa de 0,32% -uma semana atrás, o produto chegou a superar os US$ 145.
A Vale, além do impacto da baixa das commodities no mercado internacional, sofreu nos últimos pregões com o resultado de sua oferta de ações, na qual conseguiu levantar volume menor de recursos que o esperado pelo mercado.
No pregão de ontem, as duas ações mais negociadas da Bolsa tiveram resultados fracos: Petrobras PN subiu 1,05%, e Vale PNA recuou 0,34%.
O Ibovespa não conseguiu encerrar a semana acima dos 60 mil pontos -fechou ontem a 59.988 pontos. Neste mês, a baixa acumulada pela Bolsa está em 7,74%.
No mercado de câmbio, a sexta foi tranqüila. Com o fluxo favorável, o dólar terminou as operações de ontem vendido por R$ 1,589, mantendo-se em seu menor nível desde janeiro de 99. Com a depreciação de 0,63% de ontem, o dólar acumula queda de 10,58% diante do real no ano.


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