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Oi diz que tomará crédito de R$ 11 bi para compra da BrT
Empresa diz que, além dos R$ 4,3 bi obtidos com o BB, estuda lançar bônus no exterior e emitir notas promissórias
Tamanho de empréstimo dado pelo Banco do Brasil surpreende concorrente; aquisição ainda depende de mudança na legislação
ROBERTO MACHADO
RIO DE JANEIRO
A Oi divulgou ontem o plano
de financiamento que adotará
para a compra da Brasil Telecom caso ela venha a ser permitida após mudanças na legislação do setor, defendidas pelo
governo. Serão captados aproximadamente R$ 11 bilhões-
que correspondem a 85% dos
cerca de R$ 13 bilhões que a
operadora estima gastar com a
aquisição.
Na quarta-feira, a Oi anunciou um empréstimo de R$ 4,3
bilhões do Banco do Brasil, com
juros correspondentes à variação do CDI (certificado de depósito interbancário), mais
"spread" de 1,80% ao ano, incluindo a cobrança de IOF (imposto sobre operações financeiras), e com prazo médio de
4,9 anos.
O empréstimo do BB surpreendeu executivos de outras
operadoras de telefonia. Um integrante da diretoria de uma
das maiores empresas do setor,
que não quis se identificar, diz
que já era esperado e natural
que o BB participasse do programa de captação da Oi, mas
que o volume emprestado ficou
muito além da expectativa.
Ele vê dois problemas na
operação: a excessiva concentração de crédito numa única
empresa-levando-se em conta
o total emprestado pelo BB para o setor de telefonia- e as garantias que teriam que ser oferecidas por qualquer operadora
para obter um empréstimo
desse porte.
O último dado disponível, de
março, mostra que os empréstimos do BB para todo o setor
de telecomunicações somavam
R$ 2 bilhões- cerca de metade
do que será destinado à Oi. Em
nota divulgada ontem para detalhar o programa de financiamento, a Oi declarou que "as
duas etapas do plano de financiamentos foram precedidas de
concorrência no mercado bancário com a participação de cerca de dez diferentes instituições financeiras, de origem nacional e internacional."
Ainda segundo a nota, "o plano foi estruturado considerando o baixo nível de endividamento atual, a forte geração de
caixa e a condição de "investment grade", classificação dada
às companhias com menor risco de crédito.
Segundo a Oi, a segunda etapa do programa de financiamento está em andamento e
consiste na emissão de notas
promissórias no valor de R$ 3,6
bilhões, com os bancos Santander, Bradesco e Itaú. A operação terá custo de CDI, mais
1,60% ao ano, com prazo de
dois anos.
A Oi disse ainda que iniciou
estudos para realizar a terceira
e última etapa do programa de
captações- e que pretende obter, até o fim de outubro, cerca
de R$ 3 bilhões para completar
a necessidade de financiamento para a aquisição da BrT. Entre as propostas analisadas estão o lançamento de bônus no
exterior, a captação de empréstimos bancários no exterior e a
obtenção de crédito junto a organismos multilaterais.
Outro banco público, o
BNDES, dará crédito de R$ 2,5
bilhões para promover a reestruturação acionária da Oi.
A compra da BrT foi anunciada em abril, mas ainda depende
de mudanças na legislação do
setor - principalmente no
PGO (plano geral de outorgas).
Além disso, será necessário ter
aprovação da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações).
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