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Projeto em MT prevê US$ 3 bi para gerar álcool e energia
Grupo reúne 21 investidores na implantação de complexo com quatro usinas em Rondonópolis, sul de Mato Grosso
Cluster programa produção de 1 bilhão de litros de álcool por ano e de 500 megawatts de energia; operação começa em 2013
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O Grupo Cluster de Energia
S.A., formado há menos de um
ano e que reúne 21 investidores
de diversos setores, pretende
investir R$ 3 bilhões na implantação de um complexo de
quatro usinas para a produção
de 1 bilhão de litros de álcool
por ano e 500 megawatts de
energia na região de Rondonópolis (220 km de Cuiabá).
O projeto foi apresentado há
uma semana ao governador
Blairo Maggi (PR) pelo diretor
do grupo, o investidor João
Carlos de Souza Meirelles, que
foi secretário das pastas de
Agricultura e Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo
entre 1998 e 2006.
O grupo prevê que o complexo esteja em plena atividade a
partir de 2013.
"Se tudo correr como o planejado, formalizaremos em setembro um protocolo de intenções", disse Meirelles, que, citando a necessidade de aguardar o anúncio formal, preferiu
não revelar detalhes sobre os
outros investidores do grupo.
O secretário estadual Pedro
Nadaf (Indústria, Comércio,
Minas e Energia) disse que se
trata do maior investimento
privado da história de Mato
Grosso. "Esse projeto tem potencial para mudar o contexto
econômico de toda a região."
Rede de produtores
A demanda por matéria-prima, de 12 milhões de toneladas
de cana-de-açúcar por safra, será obtida a partir de uma área
de cultivo estimada em 180 mil
hectares. O projeto prevê a formação de uma rede de produtores locais, que não incluiria
apenas os já estabelecidos no
cultivo da cana.
Como a região de Rondonópolis abriga muitas áreas abertas para a pecuária extensiva, o
grupo planeja empregar parte
dessas áreas para a produção da
cana-de-açúcar em consórcio
com a criação intensiva.
"Vamos empregar o bagaço
da cana hidrolisado na engorda
do gado em confinamento",
afirmou Meirelles.
"Ao fazer isso, em vez de redução, esperamos aumento dos
rebanhos da região."
Segundo Nadaf, a opção pelas
áreas já utilizadas pela pecuária
-e seu uso em consórcio com o
confinamento- atende a duas
preocupações: as crises ambiental e alimentar.
"Ao mesmo tempo em que
vamos continuar a produzir alimentos, teremos ainda recuperação de áreas degradadas. Ou
seja, vamos atacar em duas
frentes", disse Nadaf.
O projeto prevê que as áreas
de cana, a cada ciclo de seis
anos, sejam rotacionadas com
outras culturas.
Segundo o grupo, serão gerados 7.500 empregos diretos e
20 mil indiretos.
Alcoolduto
Para o governo de Mato
Grosso, a chegada do grupo
Cluster reforça a necessidade
de investimentos em infra-estrutura para o transporte da
produção de biocombustíveis
na região sul do Estado.
A região abriga uma das
maiores usinas do projeto do
grupo Brenco -que prevê a
produção de 3,2 bilhões de litros anuais, a partir de unidades instaladas em Mato Grosso,
Goiás e Mato Grosso do Sul.
Segundo Nadaf, a Brenco planeja a construção de um alcoolduto privado, previsto para ligar a cidade de Alto Taquari
(450 km de Cuiabá) ao porto de
Santos. "A chegada desse novo
investimento reforça a necessidade de a região dispor de
meios economicamente viáveis
para escoar essa produção."
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