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STANLEY FISCHER
"Reforma ainda está incompleta"
EM NOVA YORK
Ao amargar taxas de crescimento decepcionantes, a América Latina está pagando o preço
de não ter completado todas as
reformas que deveria ter feito. A
opinião -que destoa da dos
outros economistas, principalmente de Jeffrey Sachs e Joseph
Stiglitz- é de Stanley Fischer.
"Algumas medidas estruturais e uma certa infra-estrutura
que deveria ter sido desenvolvida no Brasil não estão acontecendo. Até que essas questões
sejam tratadas e que todas as reformas macroeconômicas sejam feitas, não veremos acontecer o crescimento do qual o Brasil é capaz. Isso é uma grande,
grande pena, porque se trata de
uma economia poderosa com
um enorme potencial", disse.
O economista discorda das teses de que a América Latina fez
todas as reformas necessárias e
de que teria avançado mais rapidamente na implementação
dessas mudanças do que a Ásia.
"A América Latina não fez todas as reformas necessárias. O
país [da região] que fez todas as
reformas foi o Chile [...] Eu não
acho que as economias asiáticas
foram mais vagarosas [...] E, do
lado macroeconômico, acho
que elas se disciplinaram muito
antes das latino-americanas."
Sobre o Brasil, Fischer disse
que se trata de um país ainda
"muito protecionista".
O ex-diretor-gerente do FMI
afirma que, a exemplo de Tony
Blair (primeiro-ministro britânico), Lula teve de caminhar rumo a uma posição mais conservadora para sua própria sobrevivência. Apesar disso, diz que o
governo não está desenvolvendo medidas estruturais necessárias, o que limita as chances de
crescimento sustentado.
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