São Paulo, domingo, 20 de julho de 2008

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MERCADO ABERTO

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Montadoras podem elevar preços com aumento do aço

O aumento do preço do aço está se tornando um forte elemento de pressão de custos para a indústria automobilística e pode levar as montadoras a elevarem o preço dos automóveis. No ano, o aço já subiu 40% e as siderúrgicas estudam novos aumentos. A média do aumento do preço do automóvel não passou de 1%, segundo cálculos da Fipe, e a inflação oficial (IPCA) acumula 3,64% de alta no primeiro semestre.
O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, afirma que a pressão do aço sobre os custos industriais está sendo muito forte e pode se refletir no preço dos automóveis, mas que isso depende de cada montadora. Segundo ele, a preocupação atinge tanto as montadoras como as empresas de autopeças.
Schneider diz que já foi informado de que as siderúrgicas devem promover aumentos do produto. O aço é uma das commodities que mais oneram os custos da cadeia produtiva da indústria automobilística.
O setor consome mais de 6 milhões de toneladas de aço por ano, 26% da produção total do país.
"O nosso setor é o segundo maior consumidor de aço do país", diz Schneider.
As vendas de automóveis neste ano estão registrando novo recorde. Nos primeiros seis meses, os licenciamentos alcançaram 1,41 milhão de unidades, o que representa um aumento de 30% em relação a 2007, que já havia sido recorde.
Apesar das vendas recordes, Schneider diz que há um limite para as montadoras obterem ganhos de escala com a venda de automóveis. Segundo ele, a indústria está fazendo um esforço enorme de contenção de custos para manter a competitividade tanto no mercado interno como no externo, mas tem sentido os aumentos de custos industriais. No setor externo, a situação se agrava com a desvalorização do dólar.
"Não tem produtividade que dê jeito", afirma o dirigente.
Apesar da pressão de custos, as montadoras ainda não definiram suas estratégias para compensar a elevação no preço do aço. O problema é que a concorrência no setor é muito grande e não é tão fácil para as empresas repassarem os aumentos de custos para os consumidores.

Avanço do biodiesel nacional depende de patentes, diz pesquisa

A produção de biodiesel brasileira está aumentando, no entanto, as pesquisas para o desenvolvimento de tecnologia nacional atravessam um momento crítico. É o que mostra uma pesquisa inédita do Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) que servirá de termômetro para um balanço do setor.
Atualmente, o biodiesel é vendido nos postos misturado ao diesel. Em 2004, o índice de mistura era de 2%. Hoje, já é de 3% e deverá chegar a 5% em 2013. Isso fez a produção saltar de 69 mil metros cúbicos, em 2006, para 213 mil metros cúbicos, em março deste ano.
De acordo com o levantamento, que será publicado no próximo mês, as patentes relacionadas ao biodiesel também cresceram. Entre 2003 e 2007, o total de registros saltou de 2 para 27, o que fez o Brasil avançar da 13ª para a 5ª colocação na lista dos países que mais investem nesse tipo alternativo de combustível. Nesse período, os EUA, líderes nessa lista, passaram de 61 para 287 patentes. Segundo a coordenadora do estudo, Cristina D"Urso de Souza Mendes, apesar dos avanços, só seis patentes nacionais foram feitas em países onde o consumo de biodiesel já é considerável, como EUA e Alemanha.
"Não podemos perder o ritmo do depósito dessas patentes, especialmente no exterior", diz Mendes. "Os estrangeiros estão fazendo o registro de suas tecnologias em locais onde a produção está acelerada e os brasileiros também deveriam estar atentos a isso", afirma a pesquisadora.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI e JULIO WIZIACK

MONITORADO
A Controlsat, empresa do grupo Schahin, lançou um rastreador para motos. O equipamento usa tecnologia GPS e GSM/GPRS para fazer contato entre veículo e central. Segundo Hélio Kairalla, diretor comercial da Controlsat, a idéia de desenvolver o produto foi estimulada pelo número de motos em circulação no Brasil, de 8,5 milhões. "A maioria das motos nem seguro tem, porque o número de roubos é tão grande que as seguradoras não querem fazer contrato." A idéia é que, com o produto, o índice de roubos recue e permita que seguradoras se interessem pelo cliente motociclista. A estratégia inicial da Controlsat é atrair os proprietários de motos e, no futuro, vender para corretoras de seguros.

NO LIMITE
O Banco do Brasil ampliou para US$ 200 milhões o limite de recursos disponíveis para financiamento à importação via Corporación Andina de Fomento (CAF). A linha utiliza o crédito do banqueiro internacional para pagar à vista o exportador. No ano passado, o limite era de US$ 20 milhões.

LAMPARINA
A Caixa Econômica Federal pretende lançar duas linhas de financiamento em 2009 para investimento no setor de energia do Brasil. O interesse do banco é aplicar recursos da ordem de R$ 2 bilhões na construção de pequenas centrais hidrelétricas. De acordo com a instituição, cada uma das linhas terá recursos equivalentes a R$ 1 bilhão e prazo de financiamento de dez anos.

FORNO E FOGÃO
O volume de azeite comercializado cresceu 20% entre junho de 2007 e maio deste ano na comparação com o período anterior, mostra pesquisa da LatinPanel. O resultado é puxado pelos produtos importados, principalmente os embalados em vidro, que aumentaram sua participação em quase dez pontos percentuais, chegando ao patamar de 27% de mercado.

EM BRASA
Sylvio Lazzarini, proprietário do Varanda, um dos primeiros restaurantes a oferecer o "Kobe beef" no Brasil, registrou um crescimento de 15% no seu público, estimado em mais de 45 mil clientes, no primeiro semestre; Lazzarini neste ano abriu o Magistrale, com a italiana Giovanna Paternò, ao lado do Varanda, com o objetivo de "tumultuar a rua"; de acordo com o empresário, São Paulo ainda não está bem abastecida por estabelecimentos italianos de alta gastronomia

OLHAR
O alemão Thomas Bayer acaba de assumir a presidência da Essilor Brasil, braço nacional da companhia francesa Essilor, fabricante das lentes Varilux. Em 2007, a Essilor registrou crescimento de 8% nas vendas e faturamento de 2,9 bilhões. Neste ano, a Essilor Brasil espera aumentar em 20% o faturamento no país.


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